23 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 10:06

Transexual é morta a pauladas em quarto de hotel na zona norte de SP

Agentes da CET no cruzamento da Voluntários da Pátria, rua onde a transexual Larissa foi morta / Foto: Eduardo Scolese/Folhapress
Agentes da CET no cruzamento da Voluntários da Pátria, rua onde a transexual Larissa foi morta / Foto: Eduardo Scolese/Folhapress

Uma transexual foi morta a pauladas dentro de um hotel na zona norte da capital paulista.

De acordo com a Polícia Civil, Larissa, 25, morreu por volta das 7h30 deste domingo (17), em um hotel localizado na rua Voluntários da Pátria, em Santana.

Um funcionário do estabelecimento comercial contou à polícia que ouviu fortes estrondos no quarto onde Larissa estava acompanhada por mais quatro homens.

Quando o barulho cessou, o funcionário desceu até a entrada da garagem dos fundos e encontrou a vítima caída já sem vida. Os suspeitos deixaram o hotel e ainda não foram identificados.

Policiais civis que estiveram no local também apuraram que Larissa, que se chamava Alemax Machado da Silva, fazia programas sexuais na região e foi atacada pelos quatro homens com vigas de madeira. O crime de homicídio foi registrado no 13ºDP (Casa Verde) e seguiu para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

O DHPP instaurou inquérito para investigar o caso. Até esta publicação, nenhum dos envolvidos havia sido preso.

MORTES

Só no primeiro quadrimestre deste ano, o número de assassinatos de transgêneros, grupo mais vulnerável da comunidade LGBT, subiu 18% em relação ao mesmo período de 2016, até agora o ano mais violento da década para essas pessoas. A informação é dos grupos brasileiros Rede Trans Brasil e GGB (Grupo Gay da Bahia).

De acordo com o último relatório da ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais), o Brasil ocupa o primeiro lugar em homicídios de LGBTs nas Américas, com 340 mortes por motivação homofóbica em 2016 – a GGB conta 343. Os grupos brasileiros estimam que 144 desses homicídios sejam de travestis e transexuais.

Os registros da Rede e do GGB, colhidos a partir de notícias publicadas na imprensa e em redes sociais, revelam que os assassinatos de transgêneros não envolvem um, mas sim vários tiros de arma de fogo, múltiplas facadas e espancamento com pedras e pauladas -como no caso de Dandara dos Santos, 42, que teve sua morte por apedrejamento e tiros filmada por agressores em Fortaleza (CE).

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