A CBF corre risco de sofrer mais uma sanção devido a manifestações homofóbicas de sua torcida. Nesta terça-feira (28), todo tiro de meta batido pelo goleiro paraguaio na Arena Corinthians foi acompanhado de um sonoro grito de “bicha” emitido pela grande maioria dos presentes.
A CBF já teve que pagar duas multas devido a infrações do tipo. A entidade recebeu multas de R$ 66 mil e R$ 83 mil em 2016, após os jogos contra Colômbia, em Manaus, e Bolívia, em Natal, ambos em 2016.
Desde então, tomou medidas brandas de prevenção, como o anúncio no alto falante de mensagens contra xingamentos a adversários. Contra a Argentina, em Belo Horizonte, os gritos não se repetiram.
Argentina, Chile, Peru e Uruguai já foram multados e advertidos pela entidade pelo grito de “puto” de seus torcedores quando o goleiro rival cobra o tiro de meta. O México, na Concacaf (Confederação das Américas do Norte e Central), também já foi punido por essa razão. As multas variaram entre R$ 20 mil (Peru e Chile) a R$ 75 mil (Argentina e México).
O Chile já foi proibido de disputar partidas em determinado estádio devido à reincidência dos cantos homofóbicos.
Nos países de língua espanhola, “puto” é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo “eee” e finalizam com o “puto” quando o tiro de meta é batido.
Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o “puto” por “bicha”.
Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni.
Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas -durante a Olimpíada deste ano, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. No final de 2014, a diretoria do Corinthians soltou uma nota em que pedia o fim da manifestação homofóbica.
(FOLHAPRESS)
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