“Equilíbrio” certamente é uma das palavras mais repetidas nas entrevistas de Tite desde que assumiu o comando da Seleção Brasileira em setembro de 2016. É algo que ele busca de modo incessante em seu trabalho – e aqui estamos falando tanto da conjugação entre ataque e defesa dentro das quatro linhas, mas também do modo como ele está acostumado a se expressar.
A estreia na Copa do Mundo FIFA de 2022, no Qatar, contra a Sérvia, vai ser em menos de 24 horas, e chegou a hora de colocar em prática todo o trabalho dos últimos anos. Da sua parte, o técnico afirma que chega ao Mundial mais “leve” em relação à Rússia-2018. Em relação ao time, que é o que mais importa, existe a confiança de colher frutos de um processo que teve começo, meio e fim.
“Tem de ser natural nos momentos de pressão. Isso é maturidade, discernimento, vem com a teoria, mas vem fundamentalmente com a prática”, afirmou o comandante brasileiro em entrevista à FIFA.
“É um técnico que permanece, e isso traz uma responsabilidade maior, mas também uma serenidade maior, de ter passado por mais situações. Você tem os atletas de alto nível, que passaram por isso da mesma forma, alguns que permanecem desde a última Copa, outros com mais Copas. Uma comissão técnica tem três atletas de Seleção Brasileira, o César Sampaio, o Taffarel, o Juninho. Tudo isso agrega muito.”
A Seleção chega mais jovem, mais ousada e, para variar, posicionada entre os favoritos. Para o treinador, porém, já faz tempo que a juventude dos atletas integrados ao grupo neste ciclo deixou de ser preocupação. Até por entender que, dentro de seu grupo, há gente rodada o bastante para eles recorrer caso sintam necessidade.
“São jogadores de qualidade técnica e juventude, mas que se afirmaram. Mas os jogadores mais experientes talvez tenham mais discernimento, sensatez, equilíbrio, e esse mix potencializa a equipe. O quanto vai ser decisivo isso? Não consigo dizer. Essa parte mental vai estar associada à parte técnica e à física”, afirmou.
“Mais Adenor”
Antes da conversa com a FIFA, Tite esteve mais uma vez à frente de dezenas de jornalistas. O que, considerando a história da Seleção, já era algo histórico, emendando uma Copa do Mundo na outra.
“É uma quebra de paradigma. Mas dá a paz de fazer um trabalho com começo, meio e fim, e eu acredito nos processos, a possibilidade de sucesso é maior. Diferentemente do outro estágio, que foi de recuperação”, disse em sua coletiva. Por isso, se sente “em paz, um pouco mais leve, um pouco mais Adenor”.
Entre alguns destalhes discutidos nas coletivas, Tite falou que provavelmente fará bom uso das cinco substituições a que tem direito durante as partidas do torneio. Devido ao clima de Doha e à tabela da fase de grupos.
Além do mais, seu assistente Cléber Xavier disse que a Seleção usou seus treinamentos em Doha para se preparar de modo mais detalhado para o confronto com os sérvios na estreia. Um aprofundamento possível para um time que já está formado e não tem muitas questões internas que resolver.
“Trabalhamos com ajustes estratégicos no ataque e na defesa. Nsse tempo curto soubemos aproveitar com treinos bem didáticos, definidos. Trabalhando em cima das qualidades e defeitos que a Sérvia possa ter”, disse o auxiliar.
(Conteúdo – Fifa)
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