21 de dezembro de 2024
Política • atualizado em 12/02/2020 às 23:53

Tiro, quebradeira e confusão no PMDB

Por volta de 18h30 desta quarta, 27, na sede do diretório do PMDB, no Setor Aeroporto, em Goiânia, uma confusão culminou com o disparo de um tiro feito por um segurança do deputado Paulo César Martins dentro do prédio. O tiro não atingiu ninguém, mas a arma teria sido apontada para Pablo Rezende, 30 anos, que é presidente estadual e nacional da Juventude do PMDB.

A confusão começou por causa da iniciativa de Pablo Rezende, em nome do candidato a presidente do PMDB, Nailton Oliveira, de promover a verificação da regularidade da documentação da formação dos diretórios municipais do partido, em virtude da eleição que está marcada para a primeira semana de fevereiro.

Ouça o áudio da confusão no diretório do PMDB:

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O grupo suspeita que a documentação e processos supostamente ilegais foram utilizados para a composição dos diretórios e o presidente da comissão provisória do PMDB, sob pressão, liberou para que os documentos fossem copiados para verificação.

Segundo o Estatuto do PMDB de Goiás, só os municípios com diretórios constituídos podem indicar delegados para votação na eleição do novo diretório regional. Assim, o partido forma seu colégio eleitoral.

A confusão

Enquanto providenciava as cópias da documentação dos novos diretórios municipais do PMDB, na sede, o deputado Paulo César Martins adentrou ao recinto com ordem para que a funcionária responsável não fornecesse a documentação. Diante da recusa, o deputado teria jogado papéis e equipamentos no chão. Pablo Rezende relatou que, inclusive, o deputado chegou a jogar um computador no chão e virar uma mesa.

O fato passou a ser registrado em vídeo por Manuel Vitor Hipólito que teve o equipamento tomado pelo deputado e jogado ao chão. Na confusão, entrou o segurança do deputado dentro da sala.

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O tiro

No momento que a confusão teve sua situação mais tensa, aconteceu o disparo de um tiro que atingiu o teto da sede do PMDB que foi disparado, segundo o denunciante Pablo Rezende, por um segurança do deputado Paulo César Martins. “Você vai me matar?”, perguntou Rezende ao segurança que foi afastado do lugar. Várias testemunhas presenciaram o fato, inclusive uma mulher grávida que tem a identidade mantida em sigilo.

O caso foi parar na central de flagrantes da Polícia Civil com o registro de um boletim de ocorrência dos agredidos contra o deputado Paulo César Martins. Ao final do registro do documento, foi relatado que o deputado teria “coagido” Pablo Rezende a não registrar a ocorrência. “Eu vou dar cabo de você”, teria dito o deputado, segundo o presidente da Juventude do PMDB.

O deputado Paulo César Martins alegou, ao O Popular, que o grupo ligado a Nailton Oliveira, estaria acessando a documento sem representante do diretório e que isso seria irregular. Segundo ele, o tiro foi uma advertência.  “O policial [segurança pessoal] gritou para parar e deu um tiro para cima, desagradável”, disse ele.   

Expulsão

“Eu vou entrar com uma representação contra ele no Conselho de Ética pela expulsão dele do partido”, disse Pablo Rezende, ao Diário de Goiás. Ele recebeu ligações de solidariedade de vários líderes do PMDB de Goiás e de outros estados que já ficaram sabendo do fato.

O presidente da Comissão Provisória do PMDB, deputado Pedro Chaves, até o fechamento desta matéria, não foi encontrado para informar o quê será feito diante do acontecido na sede do partido.

O deputado Paulo César Martins era um pré-candidato a presidente do PMDB. Na última segunda feira, ele anunciou apoio ao candidato Daniel Vilela, junto outras lideranças.

 


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