21 de novembro de 2024
Relatório • atualizado em 28/09/2024 às 15:09

TikTok é incluído no monitoramento de violência online contra jornalistas; número de ataques é alarmante

De 12 a 18 de setembro, foram analisadas 160 mil postagens no TikTok que resultaram em 491 ataques
Rede social TikTok foi incluída no monitoramento sobre violência online contra jornalistas e veículos de comunicação. (Foto: Divulgação).
Rede social TikTok foi incluída no monitoramento sobre violência online contra jornalistas e veículos de comunicação. (Foto: Divulgação).

A rede social TikTok foi incluída no monitoramento sobre violência online contra jornalistas e veículos de comunicação no período eleitoral brasileiro. De 12 a 18 de setembro, foram acompanhados nessa rede 17 perfis e selecionados 596 termos ofensivos usados para a coleta e filtragem das publicações, totalizando quase 160 mil postagens analisadas, que resultaram em 491 ataques à imprensa. As informações são da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

Em comparação, no mesmo período o Instagram, com 50 vezes mais contas monitoradas, foi palco de 1.193 ataques. Já o Já o X registrou apenas 48, lembrando que a rede do bilionário Elon Musk segue bloqueada no Brasil desde 31 de agosto sob ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O número de canais monitorados nesta semana foi expandido, totalizando 868 no Instagram e 451 no X, além da inclusão dos 17 canais de meios de comunicação no TikTok.

Segundo a FENAJ, o objetivo dos ataques é estigmatizar jornalistas e veículos e descredibilizar o trabalho da imprensa na cobertura das eleições municipais. No TikTok, os veículos mais atacados foram Metrópoles, com 199 comentários, UOL, com 107, e Folha de S.Paulo, com 36.

Após o episódio da cadeirada desferida pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) no também candidato Pablo Marçal (PRTB) durante um debate na TV Cultura, no dia 15 de setembro, dois jornalistas foram alvos centrais de ataques. Pedro Meletti, que apresentou uma Cronologia da Cadeirada na CNN, e Diego Sarza, do UOL. O jornalista liderou a lista no período monitorado com 208 ataques, seguido por Sarza, com 168.

Meletti foi acusado por apoiadores de Marçal de fazer “jornalismo militante” e de tentar justificar a cadeirada. Já o repórter do UOL foi atacado depois de pedir uma declaração a Marçal quando ele chegava para o debate na RedeTV!. Os apoiadores de Marçal, definiram o jornalista como “militante” e “parcial”.

Relatório de monitoramento

Este é o quarto relatório de monitoramento de ataques on-line contra a imprensa nas Eleições de 2024, que cobre a quarta semana de campanha eleitoral (12 a 18 de setembro). O projeto está sendo realizado em parceria com o Labic/UFES. A Coalizão em Defesa do Jornalismo está monitorando, desde o dia 15 de agosto, contas de jornalistas, meios de comunicação em 9 capitais do Brasil (Porto Velho/RO, Belém/PA, Fortaleza/CE, Maceió/AL, Cuiabá/MT, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, Florianópolis/SC e Porto Alegre/RS) e de candidatos/as em todas as capitais, nas plataformas de redes sociais Instagram, X e, a partir deste relatório, TikTok.

São registradas postagens com termos e hashtags ofensivas e estigmatizantes contra o trabalho da imprensa no âmbito da cobertura eleitoral. Episódios de ataques e violações ao trabalho da imprensa fora das redes também estão sendo acompanhados. A análise dos principais resultados do levantamento será publicada toda semana, até a realização do segundo turno. Ao final das eleições, um relatório consolidará a avaliação do período monitorado e trará recomendações às autoridades e plataformas digitais.


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