19 de dezembro de 2024
Política

Thiago Peixoto espera desfecho rápido para crise

O deputado federal Thiago Peixoto (PSD-GO) espera que seja rápido o desfecho para a crise enfrentada pelo Brasil desde que denúncias relacionadas com o presidente Michel Temer (PMDB-SP) foram reveladas. O peemedebista foi gravado por Joesley Batista, um dos donos do JBS, uma das maiores empresas de proteína animal do mundo. Para o parlamentar goiano, não há dúvidas de que essa é a pior crise política da história nacional.

Em artigo publicado nesta segunda em um jornal da capital goiana, Thiago lembra que o país tem enfrentado o que é conhecido como a tempestade perfeita desde 2015. “As crises política e econômica caminham de braços dados e se alimentam mutuamente. Tivemos vários desfechos de situações improváveis. Se, em muitos casos, a vida imita a arte, a recente realidade brasileira tem superado a ficção. Estamos vivenciando, como atores e expectadores, a pior crise de nossa História”, disse.

Thiago Peixoto ressalta que as denúncias em sequência colocam o País em uma situação delicada diante das dificuldades de se prever o dia de amanhã. “A vida é cheia de imprevistos. Mas o que fazer quando um novo imprevisto grave surge a cada instante? Da forma como as coisas se apresentam, é impossível planejar. É isso que temos enfrentado. E, nos recentes episódios, o núcleo central do poder foi atingido diretamente”, destacou.

Em 2016, o parlamentar, que à época ocupava a titularidade da Secretaria de Desenvolvimento de Goiás (SED), retomou o mandato para votar pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT-MG). Depois disso, entende que o governo Temer começou a fazer um bom trabalho do ponto de vista técnico, principalmente na Economia. No entanto, ele lembra que não é possível concordar quando o caminho percorrido é inadequado. “Mas não temos compromisso com o erro, pois as denúncias são graves. A cada nova revelação, a situação fica mais insustentável. Infelizmente, a construção feita a duras pelo governo nos últimos meses está desabando”, acrescentou.

Para Thiago, não há tempo a perder, caso o Brasil deseje manter pelo menos parte do que vinha sendo feito de positivo. Ele acredita que a renúncia de Temer seria a solução mais desejável, apesar de improvável. “Cada dia que se passa, é um passo a mais rumo ao abismo. A indefinição não faz bem. Seja lá qual for o desenlace da crise atual, o ideal é que ele seja o mais rápido possível e à luz da Carta Magna. Renúncia do presidente Michel Temer? Ele disse que não renuncia. Cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral? São alguns dias até a próxima sessão. Impeachment? O último, da ex-presidente Dilma Rousseff, durou seis meses, prazo, talvez, extenso demais para a Economia resistir”, explica.

Em caso da vacância do cargo de presidente, seja por qual caminho for, Thiago entende que não se pode descartar a realização de eleições diretas. Ele próprio já se declarou a favor da mudança constitucional e disse que irá votar favorável na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), que esta semana analisa Proposta de Emenda à Constituição que prevê as diretas. “Hoje a Constituição prevê eleição indireta, via Congresso. Mas a regra constitucional pode muito bem ser mudada, assim como foi para o Teto de Gastos e está proposto na reforma da Previdência. Porém, ao meu modo de ver, o prazo exigido para uma eleição direta pode ser demasiadamente longo”, argumenta.

Novamente, Thiago Peixoto lembra que a situação clama por agilidade. “As instituições precisam dar resposta à altura do que espera a população. Pois, enquanto a indefinição persiste, a instabilidade cresce e o País sangra. E não aguentamos mais a instabilidade. Com a crise se agravando dessa forma, o Brasil perde. Um embate eleitoral/partidário ou pelo poder não é aceitável agora. Também não é hora para revanchismos. O que necessitamos é de uma convergência de todas as forças políticas e da sociedade para resgatar o País”, conclui.


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