Salman Abedi, o homem-bomba que se explodiu na segunda-feira (22) durante um concerto em Manchester, havia visitado a Líbia e “provavelmente” a Síria, informaram as autoridades nesta quarta (24). Com isso, aumentam as suspeitas de que o atentado no Reino Unido contou com ajuda externa.
A ministra do Interior britânica, Amber Rudd, afirmou que Abedi, 22, “provavelmente” não agiu sozinho. A explosão foi causada, segundo análise preliminar, por uma bomba caseira que ao ser detonada lança pregos e estilhaços.
O ataque, que ocorreu por volta das 22h30 (18h30 em Brasília) na saída de um show do show da cantora pop americana Ariana Grande, deixou 22 mortos e 59 feridos.
Abedi era conhecido das forças de segurança do país antes do atentado, mas não era considerado uma ameaça. Cidadão britânico de origem líbia, ele havia visitado o país norte-africano recentemente -a Líbia enfrenta uma insurgência de grupos radicais islâmicos desde a deposição do ditador Muammar Gaddafi, em 2011.
O ministro do Interior francês, Gérard Collomb, afirmou que as autoridades têm informações de que o terrorista provavelmente esteve na Síria, que também registra atividade de radicais, e que ele tinha laços “comprovados” com a milícia EI (Estado Islâmico).
Na terça (23), o EI reivindicou o ataque contra a Manchester Arena com uma mensagem em seus canais oficiais. Não há prova, porém, de que a milícia, que controla territórios na Síria e no Iraque, tenha tido um papel real na ação.
A polícia britânica prendeu nesta quarta-feira em Manchester três homens por suspeita de ligação com o atentado. Na terça-feira, um suspeito já havia sido preso -segundo as autoridades, um dos quatro detidos até agora é irmão de Abedi.
O governo britânico elevou o alerta de terrorismo para o nível “crítico” pela primeira vez em uma década, indicando que um novo ataque pode acontecer a qualquer momento.
A primeira-ministra Theresa May ordenou o reforço da segurança, pondo quase 1.000 soldados nas ruas do Reino Unido. Nesta quarta-feira, militares eram vistos protegendo pontos movimentados como o Parlamento britânico e o Palácio de Buckingham, em Londres.
Por causa do ataque, a campanha das eleições parlamentares de 8 de junho foi temporariamente suspensa.
Ariana Grande, popular entre o público infanto-juvenil, havia encerrado sua apresentação e, com as luzes acesas, alguns pais rumavam para a saída com os filhos. Testemunhas relatam um forte estrondo e pânico na plateia. O ginásio tem capacidade para mais de 20 mil pessoas.
O atentado a Manchester é o pior no país desde o ataque contra o sistema de transporte público de Londres em 2005, que deixou 52 mortos. (Folhapress)
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