Devido aos baixos índices de umidade relativa do ar e às baixas temperaturas, principalmente no período noturno, as doenças respiratórias se tornam cada vez mais frequentes nesta época do ano no Estado. Esse cenário favorece a circulação sazonal de alguns vírus e também propicia o agravamento de quadros alérgicos de rinite, sinusite e asma. Entretanto, algumas medidas podem amenizar os efeitos da mudança de temperatura e umidade nesse período, orienta a médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças respiratórias causam comprometimento grave em cerca de 3,5 milhões de pessoas por ano. Os primeiros indícios das doenças respiratórias, frequentes nesta estação do ano, são espirros, coceira no nariz, olho ou garganta e congestão nasal. “Inicialmente os sintomas podem parecer simples e inofensivos, entretanto, se a doença não for tratada adequadamente desde o início, eles podem progredir e afetar todas as estruturas e órgãos relacionados à respiração, como cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões”, alerta Juliana.
Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) revelam que nos cinco primeiros meses de 2024 já foram registrados 3.170 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Esta síndrome pode ser provocada por vários vírus que circulam no Brasil, nesta época do ano, incluindo o coronavírus, causador da Covid19; a família dos flavivírus, responsáveis pela dengue, os H1N1 e H3N2, agentes da influenza; e o vírus sincicial respiratório, gerador da maioria dos casos de bronquiolite em bebês.
Algumas medidas podem amenizar os efeitos da mudança de temperatura e umidade nesse período. “O uso de lubrificantes nasais, que hidratam a mucosa nasal ressecada e irritada e previnem a formação de crostas e sangramento; e de umidificadores de ar, capazes de diminuir os impactos do ambiente seco na saúde de uma pessoa, são alternativas válidas”, indica a médica. Ela também destaca a importância de realizar a manutenção e limpeza adequada do ar-condicionado, além de lavar bem as roupas de frio que estavam guardadas antes de vestir.
Festas juninas e doenças respiratórias
As festas tradicionais do mês de junho são uma tradição forte em Goiás. Mas é preciso ter cuidado para a diversão não provocar problemas de saúde. “Muitos pacientes relatam piora dos sintomas após festas juninas, que normalmente ocorrem à noite, período em que a temperatura cai e muitas vezes contam com uma fogueira para aquecer os convidados, piorando o quadro respiratório por exposição à fuligem”, alerta Juliana Caixeta.
A médica alerta também para os riscos da automedicação – ingerir medicamentos sem aconselhamento ou acompanhamento profissional –, pois é comum as pessoas buscarem nas farmácias, sem prescrição médica, descongestionantes nasais, antialérgicos, analgésicos e antitérmicos, que podem camuflar os sintomas das doenças respiratórias. “Isso acaba agravando os casos, pois esses remédios escondem o problema momentaneamente, muitas vezes agravando o caso”, finalizou.