Em entrevista concedida ao jornalista Bob Fernandes veículada nesta sexta-feira (16/08) para a emissora de televisão pública TVE Bahia, o ex-presidente da República, Luis Inácio da Silva, preso desde abril de 2018, em Curitiba falou sobre o cenário político atual. A entrevista foi gravada na última quarta-feira (14/08). “Eu fui amigo de todos os países do mundo. Eu não tive inimigo”, falou.
Preso na sede da Polícia Federal, Lula analisou as relações internacionais desenvolvidas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro ao longo desses oito meses. Veladamente fez uma crítica as declarações polêmicas que Bolsonaro tem feito, em especial direcionadas à Noruega e Alemanha. “Eu provei com muita humildade e com o apoio do povo brasileiro de que é possível consertar o país. E você conserta o país sendo amigo de todo o mundo. Eu fui amigo de todos os países do mundo. Eu não tive inimigo”, pontuou.
‘O Brasil está sendo destroçado’
Também disse que a gestão de Bolsonaro tem sido desastrosa. “Este país está sendo destroçado, já foi um grande país”, sentenciou.
Lula mencionou que o Brasil já foi respeitado em outras épocas, em especial durante a sua gestão. Ele cita o nome de Celso Amorim que ocupou o cargo de ministro das Relações Exteriores entre 2003 e 2011, período em que Lula esteve à frente da presidência e uma parte do governo Dilma.
“E eu, graças a Deus, graças ao povo Brasileiro, graças a figura como o Celso Amorim era respeitado em qualquer país do mundo”, mencionou.
Por fim, disparou contra o atual presidente Jair Bolsonaro. Pediu desculpas aos doidos. “O que tá ai é bem pior que isso”, fazendo referência ao governo Bolsonaro. Lula pediu desculpas porque durante uma entrevista em abril ao jornal El País e à Folha de São Paulo definiu a cúpula do atual governo como: “um bando de malucos”.
“Temos um presidente que só fala bobagem. Outro dia quero até pedir desculpas aos doentes de deficiência mental por que outro dia eu disse numa entrevista para um blogue que o ‘Brasil tava sendo governado por um bando de doidos’ e aí eu acho que fui grosseiro com os doidos porque o que tá ai é pior que isso”
E como conserta o país? Lula disse que colocando dinheiro na mão de pessoas mais pobres. “Depois você conserta fazendo o que todo mundo sabe que tem que fazer. Você tem que colocar dinheiro na mão do povo mais pobre. Pra ele poder ter o prazer de consumir alguma coisa, consumir aquilo que ele próprio vai comprar”, analisou.
Daí justifica as políticas sociais que fez. “A coisa que eu tinha mais orgulho era quando o cara me falava assim, ‘Lula eu tô comendo picanha’, eu não esqueço a quantidade de gente, é importante as pessoas saberem que as pessoas que este país que está sendo destroçado, já foi um grande país. Era um grande país.”, ressaltou.
“Bolsonaro não é essa Brastemp que pensa que é”
Lula disse não se importar com Bolsonaro no poder, tampouco com Eduardo Bolsonaro na iminência de ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos. “Bolsonaro tá governando tudo bem. O filho dele vai ser embaixador porque sabe fritar hambúrguer, tudo bem”, pontuou.
Por outro lado disse que espera um Brasil que não seja destruído por Bolsonaro e disparou: “o Brasil não é dele”. “O que é importante é que não se permita que ele destrua o país. O país não é dele. A bandeira nacional não é dele. O verde-amarelo não é dele. Nós não podemos deixar que essa gente se apodere dos valores nacionais”.
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