O presidente Michel Temer viu enfraquecimento político do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ameaçar o cancelamento da delação premiada da JBS, mas avalia que as investidas contra ele seguem e que a segunda denúncia deve ser apresentada em breve.
O presidente soube da decisão de Janot de investigar indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no acordo da JBS por telefone, quando um de seus assessores o acionou na China, onde o peemedebista está em viagem para participar da cúpula dos Brics.
Segundo auxiliares, Temer reforçou a tese de que a delação dos executivos da JBS é “mentirosa” e de que havia “omissão” de informações nos depoimentos prestados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.
A assessores, o presidente disse que “a verdade vai prevalecer”, mas não avaliou que é inevitável que Janot apresente a segunda denúncia contra ele, desta vez por obstrução de Justiça e formação de quadrilha, antes que o procurador-geral deixe o cargo, em 17 de setembro.
O Palácio do Planalto avalia que a repercussão da decisão de Janot será “ótima” para o governo e terá reflexo político entre os parlamentares que precisarão votar o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente.
Na opinião de ministros e assessores de Temer, Janot perdeu força e mostrou que a delação da JBS é frágil. Nesse sentido, a apresentação da segunda denúncia seria “incoerente” e “açodada”, visto que estaria baseada em um acordo questionável.
MARIZ
Temer afirmou a assessores que ainda falaria com o seu advogado, Antônio Cláudio Mariz, para discutir a estratégia jurídica a partir de agora.
O presidente disse que é preciso saber mais sobre os fatos que estão nos áudios, classificados como “gravíssimos” por Janot, para que se tenha um diagnóstico mais preciso.
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