11 de agosto de 2024
Brasil

Temer traça estratégia de defesa com aliados antes de viajar para Nova York

Presidente Michel Temer (PMBD).
Presidente Michel Temer (PMBD).

Às vésperas de embarcar para os Estados Unidos, nesta segunda-feira (18), o presidente Michel Temer passa o fim de semana em Brasília reunido com aliados para traçar sua estratégia de defesa diante da nova denúncia contra ele apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Temer está desde a manhã deste sábado (16) no Palácio do Planalto. A primeira reunião divulgada pelo governo foi com os ministros Aloysio Nunes (Relações Exeteriores) e Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) para discutir detalhes da reunião da ONU (Organização da Nações Unidas), como discurso, reuniões bilaterais e um jantar que Temer terá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira (18).

A previsão é que Temer viaje a Nova York com uma comitiva que conta com os dois ministros denunciados com ele: Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral).

Antes de embarcar, Temer participa da cerimônia de posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

ESTRATÉGIA

Ainda há um impasse sobre se o presidente fará ou não um pronunciamento para rebater a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) de que ele cometeu crime de organização criminosa e obstrução de Justiça.

Segundo a reportagem apurou com um auxiliar de Temer, a ideia de falar aos jornalistas veio depois de o presidente conversar com seu advogado, Antonio Cláudio Mariz, e com seu marqueteiro, Elsinho Mouco, na tarde desta sexta-feira (15), em São Paulo.

Temer aproveitaria o pronunciamento para ir para o confronto direto com Janot, que fica no cargo somente até este domingo (17).

No entanto, a ideia de fazer qualquer tipo de manifestação não é consenso entre os responsáveis pela comunicação do governo.

O Palácio do Planalto nega oficialmente que Temer fará pronunciamento ou mesmo divulgará vídeo.

Existe expectativa de que o presidente se reúna ainda neste sábado com Mouco e Moreira Franco.

No domingo, Temer deve conversar com Eliseu Padilha e com o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE).

O entorno do presidente tem qualificado a nova denúncia como frágil, sem novidades e sem provas.

A defesa de Temer quer que a nova denúncia apresentada contra o presidente não seja enviada à Câmara enquanto não for concluído um julgamento que pode afetar a validade das provas produzidas com a delação da JBS.

Na quarta-feira (20), o STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar o julgamento de uma questão de ordem levada ao plenário pelo ministro Edson Fachin, relator do caso, sobre a possibilidade de suspender novas medidas de Rodrigo Janot até que se decida sobre a validade das provas da delação da JBS.

A defesa de Temer alega que as provas entregues pelos delatores da JBS não devem ser consideradas pela Justiça. Os advogados afirmam que a colaboração de executivos da empresa foi direcionada por integrantes da PGR.

Para que Temer vire réu por esses crimes, a Câmara deve autorizar a abertura de uma ação penal contra o presidente no Supremo. Para isso, são necessários os votos de ao menos 342 deputados. No início de agosto, os deputados rejeitaram o prosseguimento de uma denúncia por corrupção contra Temer.

PREVIDÊNCIA

Temer não tem tido conversas apenas sobre a nova denúncia de que é alvo.

Na sexta-feira, em São Paulo, recebeu em seu escritório o deputado Rogério Rosso (PSD-DF).

De acordo com o parlamentar, eles não conversaram sobre denúncia, mas sobre a reforma da Previdência.

Segundo Rosso, Temer admitiu que o Congresso deve aprovar um texto mais enxuto, que trata apenas da idade mínima e do fim de privilégios.


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