O presidente Michel Temer reservou sua agenda de compromissos nesta quinta-feira (3) para agradecer o apoio de parlamentares governistas à sua permanência no cargo e para medir a temperatura na base aliada sobre a possibilidade de votar a reforma previdenciária.
A intenção do peemedebista é votá-la em primeiro turno na primeira quinzena de setembro e finalizá-la na Câmara e no Senado até o final de outubro. No entanto, há resistências entre deputados governistas ao conteúdo da proposta aprovada, em maio, em comissão especial.
Nos encontros, segundo relatos de presentes, o presidente ressaltou a necessidade de reaglutinar a base aliada. Ele recebeu Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Beto Mansur (PRB-SP), Soraya Santos (PMDB-RJ) e Wladimir Costa (SD-PA), que fez uma tatuagem em homenagem ao peemedebista.
Ele também se reuniu com o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), que defendeu ao presidente que a reforma previdenciária seja votada apenas com a idade mínima. “Não adianta convencer o inconvencível, porque há muitas dificuldades”, disse à reportagem.
Em resposta, o presidente teria dito que é necessário ver qual é o momento certo para colocar a proposta em votação. A defesa feita por Ramalho é compartilhada por parlamentares de partidos como DEM, PSD, PR e PRB.
Com a denúncia barrada, o presidente pretende, enquanto a PGR (Procuradoria-Geral da República) não apresenta uma nova, reconquistar o apoio do mercado financeiro, reajustar sua base de apoio, acelerar reformas governistas e segurar o apoio do PSDB à sua administração.
Ele cobrará agora fidelidade dos partidos governistas e pretende retirar cargos de segundo e terceiro escalões de deputados infiéis, entregando-os a parlamentares que votaram contra a denúncia e têm pouco espaço na máquina pública.
Para garantir o apoio do PSDB e do PSB, contudo, não fará mudanças na Esplanada dos Ministérios. Em conversas reservadas, ele tem dito que a fidelidade dos ministros, que reassumiram mandatos parlamentares para votar contra a denúncia,”será recompensada”.
As trocas serão baseadas no placar da denúncia e serão feitas pela postura individual de cada parlamentar, não pelo posicionamento partidário. O Palácio do Planalto avaliou como traição, por exemplo, os votos de Carlos Gomes (PRB-RS), Fernando Franceschini (SD-PR) e Esperidião Amin (PP-SC).
Com o remanejamento de cargos, o presidente tenta recompor a base aliada, que saiu da crise política menor. Pelos cálculos do Palácio do Planalto, o total de parlamentares governistas caiu de 411 para 370, o que coloca em risco a aprovação de medidas de interesse do governo. (Folhapress)
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