17 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:20

Temer quer mostrar que prisão de Cunha não vai paralisar governo

Michel Temer. (Foto: Agência Brasil)
Michel Temer. (Foto: Agência Brasil)

O presidente Michel Temer chega a Brasília nesta quinta-feira (20) com a ordem para sua equipe de não deixar que a prisão de Eduardo Cunha atrapalhe a rotina de trabalho dos ministérios e venha a passar a imagem de paralisia nas atividades do governo.

Segundo assessores, Temer avalia que o governo precisa dar demonstrações de força nos próximos dias, o que inclui aprovar no início da próxima semana o teto dos gastos públicos em segundo turno na Câmara dos Deputados, para sinalizar que “nada muda” e a “vida segue normalmente”.

O presidente já orientou sua equipe mais próxima a mobilizar a base aliada para garantir quorum elevado na Câmara na segunda-feira (24) e, com isso, assegurar a aprovação da proposta de emenda constitucional que cria o teto com um placar elevado.

A meta do governo é tentar obter mais votos do que na votação em primeiro turno, quando a medida foi aprovada com o apoio de 366 deputados.

Temer foi informado da prisão de Eduardo Cunha na volta de sua viagem ao Japão, de onde saiu na quarta-feira (19) antes de a Polícia Federal prender o ex-presidente da Câmara.

Assessores presidenciais reconhecem que a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados gera “apreensão” no Palácio do Planalto, mas dizem que isto não pode alterar o “ânimo” do governo num momento fundamental de aprovação de medidas que vão permitir a retomada do crescimento da economia.

Antes mesmo de ser preso, Eduardo Cunha já vinha mandando recados para o Palácio do Planalto, levantando suspeitas sobre o secretário-executivo do Programa de Parcerias do Investimento, Moreira Franco, um dos mais próximos assessores de Michel Temer.

Um auxiliar do presidente disse à reportagem que o governo não pode ficar sofrendo por antecipação e que é preciso ter sangue frio neste momento. Segundo ele, ninguém sabe exatamente o que Eduardo Cunha pode falar numa eventual delação premiada e, inclusive, se ela pode ser realmente negociada pelo Ministério Público.

(Folhapress)

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