O presidente Michel Temer ofereceu a dirigentes de partidos como PP, PR, PSD e PRB os cargos atualmente ocupados pelo PSDB em seu governo para que essas siglas ajudem a salvá-lo na votação da denúncia apresentada contra ele.
Em reuniões nos últimos dez dias com caciques desses partidos, que integram o chamado centrão, o presidente disse que vai redistribuir ministérios e outros espaços comandados pelos tucanos para reforçar o apoio dessas siglas a seu governo.
Segundo a reportagem apurou, o presidente disse aos dirigentes partidários que sairá do processo de votação dessa denúncia com uma base aliada no Congresso mais enxuta, porém mais coesa e fiel.
Temer afirmou ainda que os partidos que demonstrarem fidelidade agora serão recompensados na recomposição da coalizão governista, de acordo com relatos de dois presidentes partidários que discutiram o assunto com ele.
Aos partidos do centrão, o presidente criticou o comportamento do PSDB -que tem 46 deputados, controla quatro ministérios, e ameaça romper com seu governo e votar majoritariamente pela aprovação da denúncia.
Temer, segundo os dirigentes, disse que a sigla prejudica o governo e não terá condições de continuar ocupando espaços em sua gestão.
A sinalização de Temer, segundo esses dirigentes aliados, foi a principal contrapartida para que eles aprovassem, nos últimos dias, as medidas que obrigam seus deputados a votar a favor do presidente -conhecidas como fechamento de questão.
Os partidos do centrão têm especial interesse pelo Ministério das Cidades, comandado pelo PSDB, que tem um orçamento robusto e uma série de projetos nos municípios.
O movimento de Temer em direção a esses partidos faz parte de uma estratégia para construir um núcleo de poder concentrado em uma quantidade menor de siglas, para sobreviver não só a esta denúncia, mas também às outras acusações contra ele prometidas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
PP, PR, PSD e PRB têm, ao lado do PMDB, 208 deputados. Temer precisa do apoio de pelo menos 172 parlamentares para barrar essas denúncias no plenário da Câmara. (Folhapress)
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