O presidente Michel Temer nomeou nesta quinta-feira (13) a sub-procuradora Raquel Dodge para suceder Rodrigo Janot no comando da PGR (Procuradoria-Geral da República) a partir de setembro.
A decisão foi publicada no “Diário Oficial da União” e feita no dia seguinte à aprovação dela em sabatina do Senado, na qual ela falou em buscar um “caminho do entendimento”.
Na noite de quarta-feira (12), Dodge se reuniu com o presidente, no Palácio do Planalto, para tratar da nomeação. A antecipação da indicação dela, já que Janot só deixa o cargo em setembro, fez parte de estratégia do presidente de qualificar uma voz dissonante à dele.
Temer tem acusado o chefe do Ministério Público Federal de atuar com “revanche”, “destruição” e “vingança” ao ter apresentado contra ele uma denúncia por corrupção passiva.
Aos 55 anos, quase 30 deles no Ministério Público Federal, Dodge é natural de Morrinhos (GO), tem experiência na área criminal, estudou na UnB e é mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA).
A sabatina no Senado transcorreu em clima ameno, diferente de agosto de 2015, quando Janot foi sabatinado e reconduzido à PGR num clima de tensão, dias depois de ter apresentado as primeiras denúncias de parlamentares na Operação Lava Jato.
A indicada prometeu atuar com “serenidade” e respeito aos direitos dos investigados, como o do princípio da presunção da inocência.
Nesse contexto, ela defendeu um controle maior sobre a divulgação de informações sigilosas durante as investigações, para não manchar os nomes dos suspeitos antes de uma eventual condenação.
“É cada vez mais necessário que a atuação do Ministério Público, de partida, seja calcada em provas mais coerentes em face de todo os fatos que são imputados para que a dúvida não desonre a dignidade da pessoa enquanto não haja condenação”, disse.
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