Com dificuldades de conseguir o apoio de uma maioria simples na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o presidente Michel Temer aumentou ofensiva sobre o PSDB, principal partido da base aliada e cuja maioria dos parlamentares tem evitado declarar apoio público ao peemedebista.
Nesta quarta-feira (5), repetindo estratégia de promover audiências com deputados indecisos, o presidente se reuniu pela manhã com Elizeu Dionizio (PSDB-MS) e, no meio da tarde, marcou encontro com Silvio Torres (PSDB-SP).
Os dois são titulares da comissão parlamentar e, em enquete promovida pela Folha de S.Paulo, não responderam como votarão em plenário sobre denúncia contra o presidente por corrupção passiva.
Pelos cálculos do Palácio do Planalto, o presidente teria 30 de 66 votos na CCJ, menos do que a maioria simples de 34 votos para aprovar um relatório favorável ou derrubar um desfavorável a ele.
No total, o PSDB tem sete parlamentares na comissão, dos quais três já se pronunciaram a favor da denúncia e os outros quatro não manifestaram ainda como votarão.
O esforço do Palácio do Planalto tem sido o de conseguir o apoio dos quatro indecisos, garantindo, pelo menos, maioria simples na CCJ.
Na terça-feira (4), o presidente se encontrou com seis titulares da comissão parlamentar, entre eles Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que disse não saber como votará em enquete da Folha de S.Paulo.
Além dos tucanos, o presidente marcou nesta quarta-feira (5) audiências com outros três deputados governistas, dois deles indecisos: Luis Tibé (PTdoB-MG) e Roberto de Lucena (PV-SP).
A meta da gestão peemedebista é tentar conseguir pelo menos 42 votos, considerada uma margem de apoio segura caso ocorram traições de última hora.
Para auxiliares e assessores presidenciais, no entanto, dificilmente o Palácio do Planalto conseguirá mais de 38 votos.
A conquista de uma maioria simples é considerada essencial pelo presidente para conseguir levar a plenário um relatório favorável à sua continuidade no cargo.
Caso a denúncia seja apoiada em plenário por pelos menos 342 dos 513 parlamentares, o STF (Supremo Tribunal Federal) é autorizado a analisar a acusação formal contra o presidente.
Se ele abrir o processo, o presidente é afastado por até 180 dias. (Folhapress)
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