GUSTAVO URIBE, LAÍS ALEGRETTI E MAELI PRADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (12) que sua proposta de reforma da Previdência conta com o “apoio” de toda a imprensa brasileira, razão pela qual não haveria melhor ocasião para votá-la.
“Não há momento melhor. Os senhores podem perceber que a imprensa toda brasileira, sem exceção, está apoiando com editoriais e notícias. Então, a hora é agora”, afirmou Temer em encontro com empresários, no Palácio do Planalto.
A avaliação foi repetida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles: “Meses atrás existia atitude reticente, observadora, por parte da mídia. Hoje, não. A mídia apoia integralmente”.
No evento, que foi esvaziado, Temer pediu ao setor produtivo que faça um trabalho de convencimento até quinta-feira (14), quando a Câmara dos Deputados iniciará a discussão da proposta em plenário.
“Eu vim pedir aos senhores que liguem a seus deputados, liguem e seus colegas senadores e liguem a quem quer que seja para dizer que os setores produtivos do país querem isso”, disse.
Para o encontro, o cerimonial da Presidência da República preparou o principal salão do Palácio do Planalto com fileiras de cadeiras. Com a percepção de que o público era menor do que o esperado, dezenas de assentos foram retiradas às pressas antes da entrada do presidente.
Ao todo, cerca de 150 pessoas participaram, boa parte delas ministros e assessores que foram convocados pelo peemedebista para dar peso ao encontro. A assessoria de imprensa não divulgou a lista dos empresário presentes, o que não é comum em encontros presidenciais.
No discurso, Temer disse que o encontro era uma “reunião informal”, que tinha como objetivo “repor a verdade” sobre a proposta. Ele disse que tem se surpreendido com as “inverdades” ditas sobre a iniciativa.
O presidente disse que é “legítima” a preocupação eleitoral de parlamentares da base aliada em votar a favor de uma proposta considerada impopular. Ele ressaltou, contudo, que se ela não for aprovada agora, será tema presente na disputa do ano que vem.
“A hora é agora e é por isso que queremos aprovar neste mês. Evidentemente que não se pode dizer que se não aprovar neste ano, é uma derrota, porque não será. Isso ficará na pauta o tempo todo. E ficar na pauta significa que não haverá candidato que não será questionado sobre sua posição seja em 2018 seja em 2019. Mas queremos que isso aconteça agora, porque aí tira isso da frente”, disse.
Meirelles afirmou que os presentes deveriam tomar cuidado com a percepção de que, como a economia começa a melhorar, a reforma não precisa mais ser aprovada.
“Uma das coisas que começa a acontecer, e gostaria de deixar todos sintonizados nisso, é que muitos dizem: de fato há uma preocupação [com a Previdência] porque a economia ia mal, mas agora vai bem”, afirmou. “Esse é um erro importante. Toda a melhora ocorreu com a evolução da confiança, com as perspectivas de se fazer a reforma”.
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antonio Carlos Botelho Megale, defendeu que a reforma seja votada neste mês.
“Temos apoiado fortemente [a reforma] porque esse é o rumo certo, isso trará previsibilidade e novos investimentos”, afirmou.
Mais cedo, em evento também no Palácio do Planalto, Temer havia dito que os candidatos no ano que vem não podem ter a ilusão de que não serão questionados sobre a reforma previdenciária. “Se é assim, melhor resolver logo”, disse.
A cerimônia, de lançamento de um selo agrário que premia empresas que combatem a corrupção, conseguiu reunir uma plateia mais numerosa do que a reunião com os empresários a favor da reforma previdenciária.
Leia mais sobre: Política