Em meio à pior crise desde que assumiu o Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer tenta afastar sua imagem pública dos envolvidos na operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal e avalia fazer um pronunciamento público nesta quinta-feira (18).
O peemedebista cancelou a agenda presidencial e está reunido com o núcleo político do Palácio do Planalto para discutir estratégias de reação. A ideia é que, em um discurso público, o presidente defenda cautela, que o país não pode parar e que o assunto cabe ao Poder Judiciário.
No dia seguinte à divulgação de acusação contra o peemedebista, a ordem é que auxiliares e assessores só saiam em defesa da gestão peemedebista, evitando comentários sobre os pedidos contra os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PSDB-MG).
O objetivo é tentar desvincular o presidente das denúncias contra os aliados do governo, evitando agravar ainda mais o desgaste causado pela delação premiada de executivos do grupo do grupo J&F, proprietário da marca JBS.
A estratégia também será adotada em relação ao deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e ao coronel João Baptista Lima Filho, ambos bastante próximos do presidente.
O discurso elaborado pela defesa do peemedebista é que Loures atuou por conta própria e não a pedido do presidente ao ter recebido mala de R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. Segundo ex-executivos da empresa, Loures teria sido o indicado pelo presidente para resolver uma questão de interesse do grupo.
Para esta quinta-feira (18), o peemedebista havia marcado dezoito audiências ao longo do dia. Em situação de crise, tem sido comum Temer turbinar a agenda presidencial com encontros com ministros e parlamentares.
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