O vereador Tayrone di Martino – que é candidato a vice-governador na chapa do PT ao governo do Estado – não poupou críticas à ação do diretório metropolitano de seu partido, o PT, que decidiu suspender ele e seu correligionário Felisberto Tavares por terem votado contra a alteração na alíquota do IPTU e do ITU em Goiânia.
Em entrevista coletiva, no Plenário da Câmara, o petista disse ainda não ter sido notificado da decisão. “Não tive espaço de defesa e estou seguindo uma orientação de bancada. O partido deveria ter chamado a bancada e conversado sobre o porquê da decisão”, argumentou.
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Tayrone disse ver “um jogo de interesses” na sigla, de colegas que, segundo ele, preferem “fazer uma vontade do prefeito, que está sendo irresponsável do que defender a população ou defender os seus parlamentares”.
“Se tem gente do PT que não quer defender a população, essas pessoas precisam responder. Existem algumas pessoas que perderam a noção do que é administrar a cidade e dialogar com a cidade”, disse. Questionado se o prefeito perdeu essa noção, Tayrone confirmou: “Eu acredito que sim”.
Expulsão
“Eu sou do PT e se tiver qualquer pedido de expulsão eu vou pedir a expulsão de quem efetivamente deve ser expulso do partido. Eu acredito que quem quer comandar o partido e está a frente do poder municipal em Goiânia não está seguindo os princípios do partido”, pontuou, fazendo clara referência ao prefeito Paulo Garcia.
Ele questionou a qualidade dos serviços prestados pela administração e disse que gerir bem os Cais, iluminação pública e coleta de lixo é que correspondem ao “jeito petista de governar”. “Se não tem capacidade para isso, tem que ser expulso do partido”.
Falta de diálogo
Tayrone afirmou que sua posição em relação ao IPTU, contrária a da prefeitura, não pode ser condenada pelo partido. “Eu sempre fui uma pessoa centrada em princípios. Eu questionei e fui muitas vezes pro embate. Se o prefeito tivesse dialogado com os vereadores, associações e entidades – e não só com alguns setores do empresariado – ele teria saído melhor”, comentou, para completar. “Pra isso ele precisa ter capacidade política para fazer esse trabalho”.
O vereador disse faltar à administração habilidade política e pessoas que sejam mais preparadas para o diálogo é não tenham prepotência “de acharem que estão certos em tudo”.
Resposta
O Diário de Goiás entrou em contato com o presidente do diretório metropolitano do PT, Luis César Bueno, que está em viagem e escalou a secretária de organização da sigla, Paula Beiro, para responder.
“Ele está movido pela emoção e falando o que não deve. Se o PT entender que essa outra pessoa (Paulo Garcia) merece algum tipo de punição é outra questão”, comentou a petista.
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