A brutalidade do crime chamou a atenção das autoridades e do público: o cantor Bruno Duarte, de 29 anos, foi assassinado com 47 facadas no Bosque dos Buritis, em Goiânia, no último dia 26 de julho. Segundo o delegado Vinícius Teles, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), as imagens das câmeras de segurança mostram o suspeito seguindo a vítima pouco antes do ataque e revelam também o momento em que ele deixa cair a faca usada no crime.
As filmagens, divulgadas pela Polícia Civil nesta quinta-feira (7), registram Bruno caminhando pela calçada do lado de fora do bosque por volta das 18h33, vestindo uma camisa branca. Em seguida, o suspeito, identificado como o psicólogo Arthur Vinícius, de 32 anos, aparece dentro da área arborizada, seguindo na direção do músico. Seis minutos depois, ele é flagrado saindo do local, já após o homicídio, sendo seguido por uma testemunha.
O delegado Vinícius Teles descartou a alegação de legítima defesa feita pelo suspeito no interrogatório, considerando a violência excessiva dos golpes e o elemento surpresa do ataque. “Foram 47 facadas. É um número que por si só caracteriza meio cruel. Além disso, ele agiu de forma premeditada, esperou o momento certo e atacou sem chance de defesa”, disse.
A defesa do psicólogo informou, nesta quinta-feira (7), que aguarda a conclusão do inquérito policial para ter acesso completo às provas reunidas contra o cliente. Em nota divulgada anteriormente, os advogados alegaram que o encontro com Bruno Duarte teria ocorrido de forma casual e que o suspeito foi alvo de agressões verbais. Segundo a versão apresentada, ele teria agido em legítima defesa, utilizando um canivete para se proteger de uma suposta ameaça com faca.
Crime por ciúmes e premeditação
Segundo a investigação, o crime teria sido motivado por ciúmes. Bruno havia iniciado um relacionamento recente com a ex-companheira do suspeito, de quem ele se separou em dezembro de 2024. A polícia apura se Arthur se passou pela ex para atrair Bruno ao bosque, uma hipótese reforçada por prints enviados à ex, nos quais o suspeito mostrava conversas com a vítima fingindo ser ela.
A perícia busca agora confirmar, por meio de laudos de IPs e dados digitais, se o autor utilizou de identidade falsa para enganar a vítima e levá-la ao local do crime.
Prisão e indiciamento
Após o homicídio, Arthur fugiu e foi preso dois dias depois, em 28 de julho, na cidade de Catalão (GO). Ele teria recebido ajuda de familiares durante a fuga. No momento da prisão, se apresentou como professor universitário, mas sem informar a instituição. Na verdade, o suspeito é técnico administrativo em uma entidade federal.
O inquérito policial foi concluído com o indiciamento por homicídio qualificado, com três agravantes: motivo torpe (ciúmes), emboscada e meio cruel. O delegado reforçou que a fala do agressor durante o crime: “Você nunca mais vai mexer com mulher de ninguém” reforça a motivação passional do assassinato.
As imagens registradas por testemunhas e câmeras de monitoramento foram fundamentais para a reconstituição do crime e comprovação da intensidade e frieza do ataque. O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Goiás (MPGO), que agora deve avaliar o indiciamento e decidir pela apresentação da denúncia à Justiça.
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