23 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:26

Supremo nega liminar e mantém ex-prefeita de Ribeirão Preto na prisão

O STF (Supremo Tribunal Federal) negou liminar que pedia a libertação da prisão de Dárcy Vera (PSD), ex-prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

A ex-prefeita é acusada de envolvimento com uma organização criminosa suspeita de ter desviado recursos dos cofres públicos. Com a decisão, ela segue presa na penitenciária de Tremembé.

Ela está presa desde 19 de maio, um dia após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogar liminar que a mantinha em liberdade provisória.

Presa pela primeira vez em 2 de dezembro, Dárcy obteve habeas corpus 11 dias depois que a deixou fora da prisão até a decisão do STJ.

O pedido foi feito pela advogada da ex-prefeita, Maria Claudia de Seixas, e julgado pela ministra Rosa Weber.

A defesa alegou que Dárcy é ré primária, tem bons antecedentes, residência fixa e família constituída e, por isso, pedia a substituição da detenção por outras medidas cautelares, como prisão domiciliar.

Alegou ainda que, nos meses em que ficou fora da prisão, cumpriu as medidas impostas -como viajar de Ribeirão a São Paulo para cursar pós-graduação somente com autorização-, além de ter saúde “extremamente frágil”. No período em que ficou livre, Dárcy viveu reclusa e abandonada por antigos aliados.

Pedido indeferido

Mas a ministra indeferiu o pedido, argumentando que o acórdão do STJ está fundamentado e que não foi detectada a presença de pressupostos que permitiriam a revogação da prisão preventiva.

Ainda conforme a decisão da ministra, “não faz jus a prisão domiciliar o réu que não ostenta idade avançada tampouco qualquer doença crônica grave que exija cuidados especiais”.

Dárcy foi presa após a deflagração da operação Sevandija, em setembro do ano passado, que prendeu 11 pessoas e suspendeu os mandatos de nove vereadores.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) investiga fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam ao menos R$ 203 milhões.

A prisão ocorreu porque a ex-prefeita é acusada de participar de um esquema que facilitava pagamentos ilegais de honorários advocatícios a uma advogada, que também está presa. Ela teria recebido, conforme a Sevandija, R$ 7 milhões em propina.

Outro lado

A advogada de Dárcy Vera, Maria Cláudia Seixas, sempre afirmou que a ex-prefeita não é culpada das acusações e que conseguirá provar isso.

De acordo com a advogada, Dárcy “não se furtou a nenhum tipo de esclarecimento”. (Folhapress)

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