Palavras cruzadas e sudoku (pronuncia-se “súdôku”) são febre entre os fãs de passatempos. Quanto mais a pessoa pratica, mais ela adquire técnicas para melhorar na atividade e buscar níveis mais difíceis. Mas algumas dicas são chave na hora de solucionar as brincadeiras.
De acordo com Adriano Mussolin, editor da Recreativa, para os dois jogos a principal é ser persistente. Para ele, quanto mais vezes a pessoa fizer, mais rápido pegará o jeito, além de melhorar o raciocínio.
“É um processo dedutivo a princípio. Como no sudoku não pode repetir o mesmo número em nenhuma linha, o poder de intuição fala mais alto. É preciso fazer rascunhos a lápis antes de colocar o resultado final”, aponta.
As regras básicas do sudoku são: as linhas horizontais e verticais devem ser preenchidas por números de 1 a 9, assim como os blocos. Não há espaço para repetições. Por isso, sudoku é uma abreviação de “suuji wa dokushin ni kagiru”, que se aproxima no português de “dígitos devem permanecer únicos”.
Mussolin diz que muita gente pode achar o jogo impossível de solucionar, mas ressalta que isso não é verdade. “Quando ficar difícil, a dica é ir vendo algumas das respostas só para melhorar o caminho. Com o tempo, esse processo não precisará mais ser feito”, analisa. Dar uma relaxada e deixar a cabeça espairecer para resolver mais tarde é outra boa opção.
As palavras cruzadas também são um desafio e tanto. Para Adriana Lima, editora da Coquetel, a prática dos passatempos “potencializa a concentração e o raciocínio lógico e energiza as atividades cognitivas.”
Ela lembra que as palavras cruzadas constituem um dos instrumentos usados por médicos para o tratamento da doença de Alzheimer. “Eles chamam esse exercício de ginástica cerebral. Quanto mais informações o cérebro recebe, mais sedento por novos dados ele vai ficar”, analisa a editora.
Como dica para mandar bem nas cruzadinhas, a profissional diz que o ideal é começar pelo nível mais fácil e ir aumentando gradativamente. “Sempre resolvendo primeiro as questões que já sabe. As outras serão facilitadas pelos cruzamentos de letras e palavras. O banco de palavras que aparece na posição inferior do diagrama traz muitas dicas boas. As ilustrações e os exemplos marcados nos diagramas também podem ajudar bastante”, conclui.
A dona de casa Maria Preciosa Correia Barata Garcia, 68, é fã de passatempos. De acordo com ela, um mesmo jogo, por vezes, dura o dia inteiro. “Gosto de fazer, me distrai. A cruzada de domingo eu faço por etapas, no decorrer do dia. Meu marido compra o jornal de novo no dia seguinte para conferir. Tenho muitas guardadas que ainda não terminei”, diz Maria, que já apresentou a brincadeira para a neta. “Ela gosta e já aprendeu vários sinônimos por causa disso.”
Já a economista carioca Emma Urzedo Rocha, 65, tem mais familiaridade com números e, por isso, considera-se uma “viciada” em sudoku. “Tenho adoração. E isso veio por conta das cruzadinhas, que eu também praticava muito antes. Já faz uns dez anos. Eu me entusiasmei por essa brincadeira. Chego a fazer religiosamente todos os dias, inclusive antes de dormir.”
O rapper e poeta piauiense Dasilva, 31, revela que as palavras cruzadas o ajudam a compor. “Faço duas cruzadas por dia há 11 anos. Eu aprendo muito, aumento meu repertório para músicas e acho legal.”
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