22 de novembro de 2024
FALTA DE SEGURANÇA

Sociedades médicas enviam carta para a Anvisa expressando preocupação com uso do ‘chip da beleza’

Terapias hormonais com fins estéticos são proibidas pelo Conselho Federal de Medicina desde abril de 2023
Segundo as entidades, implantes contém esteroides anabolizantes. (Foto: reprodução)
Segundo as entidades, implantes contém esteroides anabolizantes. (Foto: reprodução)

Sete sociedades médicas enviaram uma carta para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) expressando preocupação com a crescente utilização indevida de implante hormonais no Brasil. De acordo com o documento, a aplicação dos implantes, apelidados de “chip da beleza”, contém esteroides anabolizantes para atingir o corpo perfeito e estilo de vida saudável, mas sem respaldo ético e científico.

Segundo a nota enviada para a Anvisa, o chip da beleza geralmente é comercializado como “medicina moderna”, mas na verdade se trata de uma “prática antiquada e obsoleta”. “A ‘chipagem hormonal’, apresentada por supostos especialistas e comercializada como ‘medicina moderna’, revela-se, na verdade, uma prática antiquada e obsoleta, uma vez que utiliza medicamentos descontinuados pela Medicina Baseada em Evidências”, ressaltam as entidades.

O texto foi assinado pela Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Recentemente a ocitocina passou a ser utilizada no chip da beleza para ajudar no emagrecimento e, segundo especialistas e entidades médicas, isso representa risco à saúde e não tem comprovação científica. Na carta, as entidades ressaltam não existir dose e acompanhamento médico que garanta a segurança do uso dos hormônios para fins estéticos, podendo os efeitos colaterais serem “imprevisíveis e graves, com os riscos ultrapassando qualquer possível benefício”.

Terapias hormonais com fins estéticos, como o chip da beleza, são proibidas pelo Conselho Federal de Medicina desde abril de 2023, justamente devido a falta de comprovação de segurança.


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