O ex-governador do Ceará e pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, disse nesta quarta-feira (2) que é preciso compreender e respeitar o tempo do PT.
A afirmação foi uma resposta a um questionamento sobre comentário do ex-governador Jaques Wagner (PT) feito nesta terça-feira (1º), em que admitiu a hipótese de o PT não ser cabeça de chapa nas eleições presidenciais e ocupar a vice, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de concorrer ao Palácio do Planalto. Ele se disse à vontade para discutir a hipótese de se aliar a Ciro.
“O fato real e concreto é que nós temos de aceitar, compreender e respeitar o tempo do PT, para o que quer que seja. Não é simples, não é trivial o momento pelo qual o PT e sua principal liderança estão passando e, portanto, eu respeito o tempo e a forma do PT e vou tocando o meu bonde, propondo ao Brasil uma alternativa que possa nos tirar de um processo grave de crise socioeconômica já com graves repercussões na nossa ordem institucional”, disse Ciro.
O pedetista está em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), em visita à Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), principal evento do agronegócio brasileiro.
De acordo com Ciro, seu partido está conversando com todos os outros e é muito improvável que definições ocorram antes de junho.
“O PC do B, que sempre foi aliado automático do PT, tem candidato, o PSB apresentou candidato, estava conversando conosco, o PT está anunciando que o Lula é candidato. É preciso ter calma, paciência, e é natural que o jornalismo e os políticos queiramos antecipar o futuro, mas ele não virá antes de junho, porque aí será o tempo em que os entendimentos vão começar a ter um pouco mais de objetividade.”
Questionado sobre uma eventual aliança com Joaquim Barbosa (PSB), Ciro disse: “Como posso pensar em aliança com alguém que quer ser candidato a presidente? Eu sou delicado”.
Ciro ainda criticou o governo do presidente Michel Temer, que estará na feira agrícola nesta quinta-feira (3) e disse que o agronegócio cresce “apesar do governo”.
“O agronegócio cresceu 13% no ano passado, apesar do governo, contra o governo, a despeito do governo”, afirmou. (Folhapress)
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