O número de adolescentes mortas no incêndio de um abrigo superlotado em San José Pinula, perto da Cidade da Guatemala, aumentou para 29 nesta quinta-feira (9), após a morte de jovens que estavam internadas, informaram fontes de saúde.
De acordo com a assessoria de imprensa dos hospitais San Juan de Dios e Roosevelt, as menores faleceram pela gravidade das queimaduras que sofreram após o acidente de quarta-feira no Lar Seguro Virgem de Assunção, em San José Pinula.
“Eu trabalho nisto há 29 anos e o que vi ontem era cena de Dante”, disse Juan Antonio Villeda, diretor do hospital San Juan de Dios, onde 17 jovens estavam internadas com queimaduras de primeiro e segundo graus.
As causas do incêndio serão apuradas. Segundo a Procuradoria dos Direitos Humanos, uma das hipóteses seria a de denunciar abusos sexuais e maus-tratos sofridos pelas internas.
Como sinal de repúdio e para denunciar uma suposta negligência das autoridades, um grupo de ativistas de direitos humanos jogou carvão e colocou bonecas em frente à Casa Presidencial.
“Como não puderam perceber [o incêndio] para poder salvá-las a tempo se a fumaça é vista rapidamente?”, perguntou o tio de uma menor de 15 anos morta no incêndio e identificada por teste de DNA.
“Em meus 13 anos de carreira, nunca vi nada como isto. É trágico”, declarou Carlos Soto, diretor do Hospital Roosevelt, descrevendo as severas queimaduras nos pulmões, garganta e pele sofridos pelas jovens.
O abrigo acolhe, por ordem judicial, menores de 18 anos vítimas de violência doméstica ou que foram resgatados das ruas. O centro tem capacidade para 400 menores, mas existem mais de 500 atualmente. (Folhapress)
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