27 de dezembro de 2024
Destaque 2

Sob suspeita de liderar esquema de corrupção no governo, Ricardo Barros é convocado para falar na CPI da Covid

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado aprovou, nesta quarta-feira (30/06), as convocações de 21 pessoas. Na lista, estão o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias. A portaria de exoneração de Dias foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. 

A convocação de Barros, marcada para o dia 8 de julho, foi motivada pelo depoimento do deputado Luís Miranda (DEM-DF) ao colegiado na semana passada. Na ocasião, o parlamentar afirmou ter avisado o presidente Jair Bolsonaro sobre suspeita de corrupção nas negociações para compra da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. O presidente teria citado Barros como alguém envolvido no caso. O parlamentar nega envolvimento.

Ainda de acordo com o cronograma aprovado hoje, o deputado Luís Miranda voltará à CPI na próxima terça-feira (06/07). Desta vez, em reunião secreta do colegiado, ele deverá dar detalhes aos senadores sobre uma afirmação feita por ele, à revista Crusoé, de que teria recebido proposta de propina para não atrapalhar as negociações para a compra da vacina Covaxin.

A CPI da Pandemia também vai ouvir, no dia 7, Roberto Dias. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o então diretor do Ministério da Saúde teria tentado negociar propina de US$ 1, por dose, na aquisição de 400 milhões de imunizantes.

Próximos depoimentos

Amanhã (1º) será a vez de o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano ser ouvido pela CPI. A empresa é a intermediária entre o governo federal e o laboratório indiano Bharat Biotech na aquisição do imunizante Covaxin.

Na sexta-feira (2) está marcada a oitiva de Luiz Paulo Dominguetti, da Davati Medical Supply. Foi ele que falou ao jornal Folha de S.Paulo sobre a suposta cobrança de propina para a compra de vacinas por parte do governo federal. Segundo o jornal, Dominguetti disse que apresentou proposta para vender a vacina AstraZeneca ao governo por US$ 3,50 a dose, e que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde teria proposto superfaturar o valor das vacinas em US$ 1 por dose para fechar o acordo.

Lista de convocados:

– Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados

– Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde

– Marcelo Bento Pires, coordenador de logística do Ministério da Saúde

– Regina Célia Silva Oliveira, servidora do Ministério da Saúde

– Thiago Fernandes da Costa, servidor do Ministério da Saúde

– Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply no Brasil

– Cristiano Alberto Carvalho, procurador da Davati Medical Supply no Brasil

– Rodrigo de Lima, funcionário do Ministério da Saúde

– Rogério Rosso, ex-deputado e diretor da União Química

– Robson Santos da Silva, secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde

– Túlio Silveira, representante da Precisa Medicamentos

– Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos

– Antônio José Barreto de Araújo Junior, ex-secretário executivo do Ministério da Cidadania

– Danilo Berndt Trento, sócio da empresa Primarcial Holding e Participações LTDA

– Emanuel Catori, sócio da Belcher Farmacêutica

– Gustavo Mendes Lima, gerente de medicamentos da Anvisa

– Luciano Hang, dono da rede de lojas varejistas Havan

– Antonio Jordão de Oliveira Neto, médico

– Adeílson Loureiro Cavalcante, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde

– Silvio de Assis, empresário


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