Após duas visitas aos Estados Unidos em menos de cinco meses de governo, Jair Bolsonaro (PSL) finalmente pisou os pés no Nordeste. O presidente chegou na manhã desta sexta-feira (24/05) em Recife (PE) e utilizou helicoptero ao se deslocar na cidade, para evitar protestos e ter contato com a população.
Bolsonaro chegou por volta das 9h em solo pernambucano e já se deslocou para o Instituto Ricardo Brennand, onde ocorre a reunião do conselho deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Pela internet, manifestantes marcaram de se reunir próximo ao local, com previsão de carro de som, leitura de carta aberta e até a queima de um caixão. A programação do Palácio do Planalto, no entanto, evitaria que Bolsonaro passasse perto de qualquer protesto.
O Nordeste é a região na qual Bolsonaro tem a sua pior avaliação. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril, 39% dos nordestinos consideram o seu governo ruim ou péssimo ante 30% da média nacional. O movimento #NordesteCancelaBolsonaro em relação aos eventos que levaram o Museu de História Nacional de Nova York a cancelar uma homenagem ao Chefe de Estado brasileiro, promovida pela Câmara do Comércio Brasil-EUA. De última hora, a equipe da presidência conseguiu organizar a homenagem em Dallas, cresceu significativamente esta semana chegando aos TrendTopics do Twitter na última terça-feira (21/05).
O presidente vai à Recife para reunião com governadores dos estados nordestinos, de Minas Gerais e do Espírito Santo, na qual vai anunciar um acréscimo de R$ 2,1 bilhões para o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, voltado para obras de infraestrutura.
Também vai a Petrolina (PE), onde entrega imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida e assina ordem de serviços para construção de dois viadutos e duplicação da BR-428. Deve ser alvo de protestos em todas.
Mas há quem goste de Bolsonaro no Nordeste. Em Petrolina, aliados prepararam uma recepção calorosa aos moldes de como Bolsonaro era recebido enquanto estava em campanha.
Apesar de ter pegado mal a declaração dada por Bolsonaro em janeiro deste ano em que o presidente disse que “os governadores do Nordeste não deveriam pedir dinheiro emprestado ao Governo Federal” e insinuar por diversas vezes que não teria diálogo com a esquerda, os líderes estaduais tem adotado um tom diplomático com relação ao presidente. “Acho importante que o presidente venha ao Nordeste, ouvir sobre a situação da região”, afirmou o govenador petista da Bahia, Rui Costa.
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