20 de dezembro de 2024
Cidades

SMS alerta para a importância da imunização contra febre-amarela

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia faz um alerta para a importância da vacinação contra a febre amarela. De acordo com a SMS, cerca de 250 mil pessoas precisam ser imunizadas, mas destas, apenas 8.600 procuraram as unidades de saúde.

Goiânia está em área de risco para a febre amarela, pois, segundo o Ministério da Saúde, matas dos Estados das regiões Norte e Centro-Oeste, e de alguns Estados de outras regiões do país, são áreas onde a presença do vírus é mais comum. Por isso, é recomendada cobertura 100% de pessoas imunizadas nessas áreas, desde que não tenham contraindicações.

Neste ano, em 10 de abril, foi confirmada a morte de um jovem de 27 anos em decorrência da doença. Conforme a SMS, para evitar mais casos de febre amarela e óbitos causados por ela, é essencial estar com o cartão de vacinação atualizado.

A SMS definiu 24 unidades estratégicas para todos os Distrito Sanitários de Goiânia, que funcionam de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h. Além disso, o Cais de Campinas está atendendo com a sala de vacinas em horário especial, das 8h às 22h, para que as pessoas que não conseguem ir às unidades em horário comercial possam ser atendidas. O atendimento especial no Cais de Campinas vai até a quinta-feira (11), mas poderá ser estendido caso ainda haja necessidade.

Unidades estratégicas para vacinação

Nos dias 13 e 20 de agosto, com o intuito de aumentar a cobertura vacinal, as salas de vacina do Distrito Leste funcionarão das 8h às 17h, sem interrupção no atendimento. As unidades serão os Centros de Saúde da Família Dom Fernando, Recanto das Minas Gerais, Jardim das Aroeiras, Santo Hilário e Aruanã III.

Segundo a gerente de imunização da SMS, Grécia Pessone, a intensificação de vacinação se dá de forma mais efetiva na região leste da capital, por ser uma área limítrofe com o município de Senador Canedo, onde uma pessoa após vítima de febre amarela. O caso foi detectado no mês de julho.

Ainda de acordo com Grécia, quando há morte de macacos representa um alerta para casos de febre amarela em humanos. Em Goiânia, três animais morreram vítimas da doença só em 2016. As mortes foram registradas nas regiões Sudoeste, Oeste e Noroeste de Goiânia. 

Pessoas acima de 5 anos que nunca tomaram nenhuma dose da vacina, ou que tomaram apenas uma há mais de dez anos, devem procurar as salas de vacina. Quem não tem cartão de vacinação e não tem certeza se já se imunizou ou de quantas doses recebeu, também deve procurar as unidades de saúde. 

Riscos

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim, a presença do vírus representa um risco muito alto à população. “Nossa maior preocupação é porque foram encontrados vários macacos mortos com o vírus da febre amarela não só nas matas da capital, mas também no interior do Estado. Isso quer dizer que ele está circulando, e as pessoas que saem para locais com matas, onde tem macacos, por exemplo, estão correndo bastante risco, e também a doença pode se alastrar para áreas urbanas”, afirma. 

Por isso, a superintendente lembra que é de extrema importância que as pessoas estejam imunizadas, pois é a maneira mais eficaz de combater a doença. “Caso o mosquito transmissor pique uma pessoa não vacinada, ela pode desenvolver a doença, que é letal em 51% dos casos”, explica Flúvia. A febre amarela pode levar a morte, em média, em metade dos casos, mas dependendo da situação em que se encontra o paciente, o óbito pode ser iminente. No Brasil, a febre amarela foi eliminada das áreas urbanas em 1942 e, desde então, podem ocorrer pequenos surtos, com intervalos de 5 a 7 anos, em pessoas que tem contato com áreas de mata e, consequentemente, com o vírus.

Doença

A febre amarela é uma doença febril aguda, que tem curta duração – no máximo de 12 dias –, e de gravidade variável. A doença é transmitida pela picada dos mosquitos transmissores Hemagogus, nas áreas silvestres, e Aedes aegypti nas áreas urbanas. Por isso, a atenção e eliminação dos focos do mosquito Aedes são ações que contribuem também no combate à febre amarela. Não existe transmissão de pessoa para pessoa e o aparecimento de casos em humanos é precedido pela morte de macacos, pois estes são os hospedeiros mais comuns do vírus. 

O quadro clínico, na forma grave, é caracterizado por manifestações de insuficiência hepática e renal, que consequentemente podem levar a morte em aproximadamente uma semana. A febre amarela é de difícil diagnóstico, principalmente porque seus sintomas, no início, podem ser confundidos com a malária grave, dengue, zika, hepatites ou outras doenças virais. 

Por isso, é importante que, aos primeiros sintomas, a pessoa procure uma unidade de saúde para receber atendimento e diagnóstico adequados, e permanecer cumprindo as indicações médicas, como repouso e reposição de líquidos. Não existe um tratamento específico para a doença, sendo este apenas sintomático.

Contraindicações da vacina

  • – Gestantes sem prescrição médica;
  • – Pessoas que tenham alergia a substâncias presentes na vacina, como ovo de galinha e gelatina bovina;
  • – Crianças menores de 6 meses de idade;
  • – Pessoas com doença infecciosa aguda com febre acima de 38°C;
  • – Idosos a partir de 60 anos de idade, que nunca tomaram a vacina, só poderão receber a 1º dose se tiverem prescrição médica;
  • – Pessoas que possuem doença que diminui a imunidade como, HIV, ou em tratamento
  • quimioterápico, radioterápico, ou submetidos a transplante de órgãos;
  • – Pacientes com neoplasia;
  • – Pessoas que fazem uso de corticoides em doses elevadas.
  • Atenção: Pacientes que são contraindicados devem evitar entrar em locais de mata como parques, fazendas, margens de rios e lagos. Caso não seja possível evitar, usar repelentes, roupas de manga cumprida, proteger pés, pernas e braços.

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