Pirenópolis tem monitorado o avanço da epidemia de Covid-19 através de um sistema de cores, chamado pela prefeitura de termômetros. É pela análise dos indicadores dessa ferramenta que a prefeitura pode decidir por medidas mais restritivas para tentar conter um eventual avanço da doença.
O sistema avalia quatro indicadores: taxa de ocupação de leitos de UTI estaduais; ocupação de leitos em Pirenópolis; incidência da doença e mortalidade. Os termômetros são divididos em verde (livre), amarelo (alerta), vermelho (bloqueio parcial) e vermelho escuro (bloqueio total).
Segundo o presidente do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus da cidade, Beto Rego, toma-se por base os números do estado para fazer uma comparação. “Hoje temos amarelo o número de UTIs livres em Goiás e temos o número de mortes, que chegou a 10 e também está no amarelo. A faixa se baseia na situação do estado. Se estivermos melhor que o estado, estamos na verde. Se estivermos pior, estamos na vermelha”, destacou.
Rego explica que o comitê tomou por base estudos do Imperial College, de Londres, que mostram estabelecimentos de maior risco. Caso a cidade entre na cor vermelha, alguns setores podem fechar. “Se ultrapassarmos o estado (nos índices), começa o fechamento de estabelecimentos de maior risco, como bares”, pontuou.
Para ele, no entanto, a tendência é que isso não ocorra nas próximas semanas, uma vez que a epidemia mostra tendência de estabilização em Goiás e em Pirenópolis. “A curva está num processo de achatamento. Há mais de uma semana que não aumentam os casos na cidade. Particularmente acho que não teremos problemas a curto prazo em relação a isso”, avaliou.
Feriados
O governo estadual criou uma comissão com representantes das prefeituras das cidades turísticas de Goiás, além do Ministério Público, para discutir medidas que evitem aglomerações como as que ocorreram no feriado de 7 de setembro.
Na última semana, o colegiado se reuniu pela primeira vez e deu sugestões. Nenhuma delas, no entanto, foi ainda efetivada. Rego revelou que ainda não houve outro encontro para que os gestores deliberassem por medidas e defendeu que haja unidade na adoção do sistema de controle. “Os programas devem ser, no mínimo, a nível de estado”, cita. “A contaminação do turismo é externa a nós. Ela traz risco para nós, mas o perigo é maior para os turistas, que voltam para suas cidades”, completou.
Segundo ele, as aglomerações observadas em Pirenópolis no feriado da Independência, passados 10 dias, ainda não surtiram efeitos negativos nos números locais. Ele lembra, porém, que os turistas, que não moram no município, acabam mais expostos que a população local.
“O turismo, em relação à epidemia local, é muito relativo e não afeta tanto. É mais perigoso para os turistas, que se contaminam e vão embora. As pessoas que trabalham no turismo estão bem protegidas e correm menos riscos. O perigo maior é para os turistas, que convivem com outros que descumprem as regras. Aí eles levam para suas cidades”, afirmou.
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