Os desafios da seleção brasileira de basquete para passar de fase nos Jogos Olímpicos Paris 2024 não eram nada fáceis na manhã desta sexta-feira (2). Sem vitórias após as duas primeiras partidas pelo Grupo B do torneio, o Brasil precisava derrotar o Japão por um placar elevado e ainda torcer por outros resultados favoráveis para pegar uma vaga nas quartas de final. O time se saiu bem na primeira parte que lhe coube. Com uma apresentação poderosa do pivô Bruno Caboclo, cestinha da partida com 33 pontos, o Brasil derrotou o Japão por 102 a 84 no Estádio Pierre Mauroy, em Lille. Agora só resta torcer.
Com a boa diferença de pontos alcançada contra os japoneses, a tarefa da equipe do treinador croata Aleksandar Petrovic já não parece tão difícil: uma vitória da Austrália sobre a Grécia e do Canadá por três pontos sobre a Espanha, ambas pelo Grupo A, ainda nesta sexta. Se essa combinação não acontecer, uma vitória da Sérvia por dois sobre Sudão do Sul, Pelo Grupo C, no sábado, dia 3, leva o Brasil para Paris, onde será disputada a fase final do torneio.
Na difícil partida contra o Japão, que mostrou grande eficiência em sua principal arma, os arremessos de três pontos, o Brasil adotou o antídoto inverso, os 2,08m do pivô Bruno Caboclo. Dentro do garrafão, Caboclo foi soberano. Além dos 33 pontos, o atleta pegou 17 rebotes.
“Hoje nós jogamos muito bem. O Japão tem uma equipe bem talentosa e chutou muito dos três. Mas jogamos de forma inteligente, sem diminuir o ritmo porque a gente precisava tirar bastante saldo de pontos. Fizemos um bom trabalho. Agora é esperar a definição da vaga”, disse o pivô do Partizan, um dos mais tradicionais clubes da Sérvia.
Esta é a 14ª vez que o Brasil disputa o torneio olímpico no basquete masculino. Bruno Caboclo está em sua primeira participação, mas já aprendeu o que é representar o basquete brasileiro no maior evento do mundo. “Quando você é um atleta você está sempre longe da sua família. E quando estamos na seleção parece que estamos em família. Me dá até um sentimento difícil de explicar. Jogar uma Olimpíada é o sonho de todo atleta, esse é o maior palco do esporte. Sei que essa pode ser uma oportunidade única”, afirmou o paulista.
Em um grupo difícil com os donos da casa e os atuais campeões mundiais, o Brasil sofreu duas derrotas nas duas primeiras partidas. Na estreia a equipe brasileira foi superada pelos franceses, que venceram com um placar de 78 a 66. Na segunda rodada, após começar muito bem a partida, outra derrota, agora para a Alemanha, por 86 a 73.
Além de vencer o Japão nesta sexta, o Brasil também buscou apresentar o nível de jogo que o levou à conquista do pré-olímpico realizado na Letônia, no início do mês, quando poucos acreditavam na classificação. O primeiro passo parece ter sido dado.
“Fizemos um bom trabalho. O Japão é um time muito agressivo no ataque e a gente sabia que precisava marcar forte para abrir uma boa vantagem de pontos. Conseguimos fazer isso até os últimos segundos, sabendo que cada ponto seria importante pra depender o menos possível dos outros times. Agora é esperar e ver os resultados dos outros jogos”, disse o ala Leo Meindl, que joga no Japão.
O Brasil começou a partida desta sexta-feira com Marcelinho Huertas, Georginho de Paula, Gui Santos, Leo Meindl e Bruno Caboclo em ritmo intenso. O Japão até abriu em 7 a 3, mas Bruno Caboclo com mão afiada fez 15 pontos e 5 rebotes e ajudou o Brasil a fechar o primeiro quarto em 31 a 20.
No segundo quarto entraram Benitez, Yago, Raulzinho, Lucas Dias e se manteve Gui Santos. Mas Benitez também tem essa arma e marcou 13 pontos. Final do primeiro tempo, Brasil 55 a 44, quando a seleção acertou 11 de 13 bolas de três.
No terceiro quarto, o Japão começou a acertar sua principal jogada, as bolas de três. O armador Yuki Kawamura conduziu o time à reação acertado quatro bolas de três e o Japão diminuiu a distância no placar para 77 a 73.
Quando a vitória parecia escapar, o Brasil acelerou o ritmo e passou a adotar um jogo mais físico. Deu certo, a equipe assumiu o controle novamente e, quando o Japão desanimou, seguiu fazendo de tudo para pontuar ao máximo.
“A gente queria classificar direto pra próxima fase. Mas são Jogos Olímpicos, com muitos países bons e a gente segue sonhando. Hoje fizemos a nossa parte. Demos o nosso máximo e conseguimos abrir uma vantagem boa”, disse o armador Raulzinho.
A seleção masculina não se classificava para os Jogos Olímpicos desde Londres 2012, já que na Rio 2016 ficou com a vaga do país sedes. O basquete brasileiro estreou nos Jogos Olímpicos na edição de Berlim 1936, a seleção masculina conquistou um bronze em Londres 1948. Depois vieram mais dois bronzes em sequência, Roma 1960 e Tóquio 1964. Já a seleção feminina conquistou a prata em Atlanta 1996 e o bronze em Sydney 2000.
(Informações – COB)
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