A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) já registrou 12.205 casos notificados de surtos ativos da Doença Diarreica Aguda (DDA), em 74 cidades goianas. Como medida, a SES investiga as possíveis causas dos surtos e segue monitorando os municípios e auxiliando nas ações de controle.
A Superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás, Flúvia Amorim, explica os fatores que classificam as ocorrências da doença como um surto. “Consideramos como surto quando há a ocorrência de dois ou mais casos que tem algum vínculo, ou estão no mesmo espaço, ou tem algum contato, dentro daquele período de transmissão da doença”, detalha.
No ano de 2024, Goiás notificou 160.417 casos isolados, não considerados como surto, em todos os municípios, por meio das unidades sentinela. Segundo o monitoramento de doenças diarreicas, é esperado o aumento de casos nos meses de agosto e setembro. No entanto, devido ao aumento exponencial de casos registrados, a SES realiza o acompanhamento por meio da Sala de Situação de Doença Diarreica Aguda (DDA) dos surtos nos municípios que apresentam quantidade acima da média no diagrama de controle.
As hipóteses seguem sendo investigadas nos diversos municípios, com testes em andamento, e as principais são presença de rotavírus/norovírus e contaminação da água de poços particulares. No município de Campos Belos, análises de água constataram a presença da bactéria Escherichia coli (E. coli).
O Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) recebeu, de julho a agosto, amostras de 32 pontos de coleta de 11 municípios, das quais 32 laudos já foram liberados. O Lacen aguarda o envio de amostras de mais 18 pontos de coleta de municípios.
De acordo com Flúvia Amorim, a análise inicial destaca a presença de rotavírus. “Várias amostras já deram rotavírus positivos, a gente encontrou sim alguns outros agentes, mas a predominância do rotavírus chama a atenção como um dos principais ou o principal agente causador dessas doenças diarreicas aqui no nosso estado”, explica a superintendente. As amostras positivas são encaminhadas para o Laboratório Nacional de Referência para exames complementares.
A SES-GO esclarece que os casos isolados são monitorados durante todo o ano por meio das unidades sentinela em todo o estado, e quando os números saem da curva, um monitoramento mais sensível é iniciado com a criação da Sala de Situação, que envolve diferentes áreas da secretaria.
Em Goiás, os casos acima do limite considerável começaram a ser identificados no final do mês de junho e foram acompanhados pelas equipes da SES e dos municípios no mês de julho. Um dos desafios encontrados é a notificação tardia dos municípios e a baixa coleta de material para identificação da causa, dessa forma os dados demoram a subir para o monitoramento da SES.
Por ser uma doença transmitida de pessoa para pessoa via oral-fecal, a recomendação é para que a população se atente aos cuidados básicos de higiene que incluem: lavar bem as mãos ao usar o banheiro, higienizar adequadamente os alimentos, beber água filtrada ou fervida e, em casos de doença, evitar ambientes escolares e de trabalho para conter a contaminação a mais pessoas.