Líderes das 14 entidades que representam a Segurança Pública em Goiás avaliam após o protesto de 24 horas que se encerrou na manhã desta quinta-feira (10), que caso o Governo de Goiás não abra um canal de negociação, poderá haver novas paralisações.
Os sindicalistas destacaram que o movimento foi de alerta para o governo. Eles analisam que é preciso o Estado abra para discussões e possa de alguma forma apresentar um calendário de pagamento da parcela da Data-Base que seria neste final de ano, não deixando para 2018, como já aprovado pela Assembleia Legislativa de Goiás na última semana.
“Pedimos ao governo que, por favor, nos receba. O governo do Estado precisa ser sensível, não seja intransigente. Possivelmente se não houver um canal de negociação, serão feitas outras manifestações”, destacou o presidente da Associação de Peritos Criminais (ASPEC), Antônio Carlos Chaves.
No final da tarde desta quarta-feira (9), em entrevista coletiva o secretário de Segurança Pública Joaquim Mesquita fez um apelo aos servidores que compreendam o momento da economia. Ele voltou a explicar que devido à crise financeira não foi possível o governo realizar o pagamento da parcela da Data-Base previsto para este fim de ano.
“Acho que é importante é que haja sensibilidade por parte da população, sobretudo para os servidores que o país vive uma crise econômica e que o governo do Estado tem concedido nos últimos anos aumentos substancias ao seu servidor”, afirmou.
Consequências da paralisação
Número elevado de homicídios. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foram 10 pessoas assassinadas em Goiânia durante o período de paralisação. Uma das vítimas é da família do senhor João Marques de Oliveira. Foi executado no início da tarde desta quarta-feira (9), na região noroeste da capital.
Ele entende que os servidores tem todo o direito de se manifestar. No entanto, questiona que ao fazer paralisações prejudica a população e os direitos que ela tem. João contou a reportagem do Diário de Goiás que o crime ocorreu por volta das 13: 30 horas e o corpo só foi recolhido depois das 17 horas.
“Quero dizer que compreendo o sentido da vida, que o viver é Cristo e o morrer é lucro. Porém o que eu quero é que eles façam o trabalho e liberem o corpo para que a gente possa sepultar. Sou a favor das greves, eles estão reivindicando o direito deles, mas e o meu direito como fica? Senhor governador resolva o nosso problema. Se fosse seu filho o problema já não estaria resolvido. Será que precisamos ser famosos, como um Cristiano Araújo para ter nosso problema resolvido? Pago imposto e preciso que este problema seja resolvido”, desabafou.
A alegação dada pelos representantes do protesto é que foram atendidas as ocorrências mais urgentes. “Esse número de corpos que ficou de um dia para outro ocorre de forma natural, mesmo quando não há paralisação”, argumentou o presidente da ASPEC.
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