05 de dezembro de 2025
Polícia e Corrupção • atualizado em 05/08/2025 às 08:27

Servidora é suspeita de desviar R$ 425 mil da Prefeitura de Goiânia para bruxaria, cartão e associação

Servidora municipal teria movimentado mais de R$ 400 mil com dados falsos no sistema contábil; operação teve apoio da Polícia Civil de Alagoas
Além das prisões e buscas, a Justiça determinou bloqueio de valores nas contas dos investigados e a suspensão imediata da servidora de suas funções públicas. Foto: PCGO.
Além das prisões e buscas, a Justiça determinou bloqueio de valores nas contas dos investigados e a suspensão imediata da servidora de suas funções públicas. Foto: PCGO.

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo de Repressão a Roubos (Garra), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagrou na manhã desta terça-feira (5) a Operação Ritual do Desvio, com foco em um esquema de fraude e apropriação de recursos públicos que partiam diretamente da conta da Prefeitura de Goiânia. Segundo as investigações, o dinheiro era utilizado em despesas pessoais e até em pagamentos a uma mulher que presta serviços de bruxaria.

A ação contou com o apoio da Polícia Civil de Alagoas e resultou no cumprimento de três mandados de prisão e cinco de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás e na região metropolitana de Maceió.

“A principal investigada é uma servidora municipal que, valendo-se do cargo que exercia, inseriu dados falsos no sistema contábil do município para viabilizar 14 pagamentos ilícitos somente em 2025”, informou a Polícia Civil.

De acordo com a investigação, o valor desviado ultrapassa R$ 425 mil, e os recursos públicos foram transferidos para contas de pessoas físicas e jurídicas sem qualquer relação formal com a administração municipal.

Entre os destinos dos valores desviados estão:

  • Pagamentos a uma mulher que oferece serviços de bruxaria, ainda não detalhados pela investigação;
  • Uma associação desportiva, cuja ligação com a servidora está sob apuração;
  • Uma farmácia registrada em nome da cunhada da investigada;
  • Faturas de cartões de crédito de titularidade da própria servidora, o que configura apropriação direta de verba pública.

As irregularidades foram inicialmente identificadas pela Controladoria-Geral do Município de Goiânia, que detectou movimentações atípicas e inconsistências nos registros contábeis.

Medidas cautelares

Além das prisões e buscas, a Justiça determinou bloqueio de valores nas contas dos investigados e a suspensão imediata da servidora de suas funções públicas.

A Polícia Civil afirma que novas diligências estão em andamento para identificar possíveis coautores e receptadores dos valores desviados, inclusive em outros estados.

A operação recebeu o nome de Ritual do Desvio em alusão à natureza dos pagamentos incomuns detectados, como o repasse a prestadores de serviços místicos, e também ao método repetitivo utilizado para fraudar o sistema da prefeitura.

“Não se trata apenas de corrupção. É um uso completamente distorcido dos recursos públicos, que deveriam estar sendo aplicados em saúde, educação ou infraestrutura”, afirmou um dos investigadores envolvidos na operação.


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