O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) virou réu da Operação Lava Jato, sob acusação de corrupção nas obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). O juiz Sergio Moro aceitou a denúncia apresentada pela força-tarefa nesta sexta (16).
Além dele, também são réus sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo; o empresário Carlos Emanuel Miranda, tido como o operador de Cabral; Wilson Carlos Carvalho, ex-assessor do peemedebista, e sua mulher Mônica Araújo Carvalho; e os executivos da Andrade Gutierrez, Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo.
Esta é a segunda vez que Cabral é denunciado por corrupção -ele já é réu no Rio de Janeiro, sob acusação de receber propina em obras estaduais como o Arco Metropolitano, a reforma do estádio do Maracanã e a reurbanização da favela de Manguinhos.
Preso preventivamente há um mês, o político é acusado de ter recebido R$ 2,7 milhões em dinheiro pelo contrato de terraplanagem do Comperj, obra da Petrobras.
Segundo o Ministério Público, os valores foram usados na compra de artigos de alto valor, como roupas de grife, móveis de luxo e blindagem de automóveis. O dinheiro pagou até vestidos de festa da ex-primeira-dama.
Essas compras eram realizadas com pequenos depósitos em espécie, abaixo de R$ 10 mil -uma clássica técnica de lavagem de dinheiro, de acordo com os procuradores.
Os executivos da empreiteira Andrade Gutierrez, também réus, admitiram o pagamento em delações premiadas.
“Há, em cognição sumária, provas decorrentes de depoimentos de criminosos colaboradores, conjugados com algumas provas de corroboração e que indicam a cobrança e o pagamento da vantagem indevida”, escreveu Moro em sua decisão.
OUTRO LADO
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos acusados. Em depoimento recente à polícia, o ex-governador Cabral disse que as acusações contra si são “uma mentira absurda” feita para “salvar delações”, e negou qualquer tipo de envolvimento na cobrança de propina.
(Folhapress)
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