22 de novembro de 2024
Destaque 2

Senador recomenda que defensor da hidroxicloroquina tome vacina antirrábica

Senadores Otto Alencar (PSD, esq) e Luis Carlos Heinze (PP, dir) trocam farpas na sessão da CPI que houve o ex-ministro Nelson Teich (Foto: Reprodução/TV Senado)
Senadores Otto Alencar (PSD, esq) e Luis Carlos Heinze (PP, dir) trocam farpas na sessão da CPI que houve o ex-ministro Nelson Teich (Foto: Reprodução/TV Senado)

O segundo dia de trabalhos da CPI da Covid-19 no Senado reservou momentos tensos e cômicos em torno da hidroxicloroquina. Defensor do tratamento precoce, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) chamou aqueles que não receitam os medicamentos de “criminosos” e que parte dos críticos são pessoas de “esquerda”. Citado pelo colega, o parlamentar baiano Otto Alencar (PSD-BA) sugeriu que o gaúcho tomasse a vacina “antirrábica” para diminuir sua raiva.

“Estamos vivendo uma guerra política em cima dessa questão. Os médicos tem que cuidar da medicina. Se o senhor é de esquerda ou de direita, não interessa, adote o procedimento”, pontuou Heinze antes de citar uma série de estudos e levantamentos que teoricamente evidenciariam que o tratamento precoce era proveitoso. “Temos situações que mostram o ataque criminoso a uma substância que muitos médicos são contrários. Esse é um tratamento, senhor Nelson Teich, que o senhor sabe que não tem recomendação mas dentro do Ministério da Saúde nós temos 99 protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do SUS até fevereiro de 2021. 73, pelo menos uma forma de medicamento é sobre o uso off-label que os médicos podem recomendar. Esses médicos são perseguidos”, disparou.

Citado pelo gaúcho, Alencar, que é médico, disse que não era de esquerda para ser contrário aos remédios, tampouco faz política em torno do assunto. “Eu tenho 40, quase 50 anos de formado em medicina, fui professor da Universidade Federal da Bahia por concurso, formei vários médicos e tenho responsabilidade científica muito grande em proferir minhas opiniões. Não por jornais ou capas de revistas…”, ponderou. Ao contrário do que o gaúcho disse, Otto pontuou que quem politiza e age de maneira charlatã são aqueles que defendem o tratamento precoce. “Agora,  leviano é uma doença como a Covid-19, senador. Que 90 a 95% das pessoas que têm a doença cursam assintomáticos leve ou moderado. Se tomar um copo d’água é a mesma coisa que tomar um comprimido ou 10 ou 20 de hidroxicloroquina, a água é até melhor porque não dá efeito colateral. Como 90 a 95% cursam dessa forma, não custa nada um charlatão receitar hidroxicloroquina, o doente iria ficar bom de qualquer jeito e ele diz que foi hidroxicloroquina que salvou o paciente”, destacou.

Otto ainda reforçou que não há tratamento precoce para quaisquer tipos de viroses existentes. “Eu não conheço nenhuma virose que possa ser evitada por medicamento precoce. Será que quem toma uma carga de medicamento analgésico deixa de ter sarampo porque tomou analgésico? Só não vai ter sarampo se tomar vacina. Varíola, H1N1, a mesma coisa… Só vacina. As doenças viróticas, são redutivas ou evitáveis por vacinação. Depois que você tem a doença se desenvolve alguma coisa nesse sentido. A H1N1 hoje tem uma medicação de escolha para a H1N1 que é a tamiflu e daqui alguns meses vai ter um tamiflu da covid-19 mas agora por enquanto não tem então não há como querer se confundir as pessoas, numa doença que pulsa levemente, moderadamente ou é assintomático em mais de 90% das doenças”


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