22 de novembro de 2024
Meio Ambiente

Semad investiga morte de 400 toneladas de peixes no reservatório de Cana Brava, em Minaçu

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad) investiga a morte de 400 toneladas de peixe em Minaçu. O órgão enviou uma equipe de fiscalização até a região para apurar as causas das mortes e as responsabilidades pelo dano ambiental. O órgão foi notificado na quinta-feira (4) sobre o ocorrido (veja notas ao final). A investigação vai observar correlação de duas hidrelétricas: Serra da Mesa e Cana Brava.

A baixa oxigenação da água no lago da usina hidrelétrica (UHE) de Cana Brava pode ser a explicação para a morte dos peixes O prejuízo para os produtores de pescado que trabalham no reservatório pode chegar a R$ 5 milhões. Eles afirmam que não têm seguro da produção.

Em alguns casos, os piscicultores perderam a produção de dezenas de gaiolas onde cultivavam o pescado. A mortandade começou a ser notada no final de semana anterior. Desde segunda-feira (1º) os produtores tentam retirar todos os peixes mortos das gaiolas, mas o grande volume dificulta o trabalho.

Criadores e usinas fizeram medições opostas

Reportagem da Tv Anhanguera ouvindo os criadores, informou que eles fizeram medição do oxigênio dissolvido na água do lago. Entre domingo e segunda, segundo relataram, o oxigênio dissolvido estava na casa de 0.4 miligramas por litro, considerado muito baixo para a sobrevivência dos peixes.

Uma das causas possíveis apontadas por eles seria a realização de manobras na usina hidrelétrica que estaria ligada a área de atuação de Furnas Centrais Elétricas. Na reportagem, é citado que os piscicultores teriam alertado Furnas para o risco. Nesta sexta-feira (5), o jornal Hoje da Tv Globo repercutiu nacionalmente a mortandade de peixes em Minaçu.

A reportagem do Diário de Goiás solicitou uma posição da companhia Furnas. A empresa informou que não viu correlação entre a morte do pescado e a operação da hidrelétrica, cuja barragem fica 25 quilômetros distante do ponto afetado. Informou também que peixes fora dos tanques (vida livre) não foram prejudicados.

Além disso, citou que a ocorrência foi no remanso do reservatório sob concessão da empresa Engie, responsável por Cana Brava. E também que ambas atuaram juntas na averiguação do ocorrido. A reportagem telefonou no número da concessionária Engie, mas ele não completou a chamada.

Confira a íntegra do posicionamento de Furnas

As análises e medições efetuadas na UHE Serra da Mesa não indicam correlação entre a operação da usina e o perecimento de peixes, que ocorreu a 25 km da barragem da UHE Serra da Mesa, região do remanso do reservatório da UHE Cana Brava, empreendimento sob concessão da Engie.

Especialistas das duas empresas estão colaborando com as autoridades para apurar as causas do ocorrido. No monitoramento realizado,  tanto no reservatório da UHE Serra da Mesa quanto nos 25 km à jusante da barragem, não foram identificadas ocorrências com peixes de vida livre.

Semad vai investigar o que causou morte de peixes

A propósito do recente episódio de morte de peixes no reservatório de Cana Brava, em Minaçu, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável esclarece:

O Governo de Goiás foi notificado a respeito do caso na última quinta-feira, por ofício encaminhado pela prefeitura. O documento diz que morreram cerca de 400 toneladas de peixes, e que as causas ainda precisam ser identificadas.

A Semad disponibilizou equipe de fiscalização para o local a fim de averiguar as possíveis causas e responsáveis pelo fato ocorrido.


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