Na reunião de Cúpula do Mercosul em Brasília, nesta quinta-feira (21), o presidente Michel Temer justificou o afastamento da Venezuela e defendeu as reformas estruturais nos países do bloco para o avanço do livre comércio.
Temer anunciou a assinatura de um acordo de compras públicas entre os países do bloco. Por ele, países do bloco poderão concorrer em licitações públicas de órgãos federais em condições iguais. O Paraguai, que resistia ao acordo, concordou mas terá um prazo de carência para aderir definitivamente.
O acordo vale para compras acima de R$ 500 mil e investimentos acima de R$ 20 milhões e abre um mercado de R$ 15 bilhões por ano para empresas brasileiras e de R$ 40 bilhões para os demais países.
O presidente Temer, que abriu a reunião, defendeu as reformas na economia dos países da regiões que fizeram ampliar as transações comerciais entre os países-membros.
“Levamos esforços de modernização de nossas economias com uma agenda bem definida por mais emprego e renda, mais bem-estar”, disse Temer. “No Brasil, estamos avançando com a reforma da Previdência e quero cumprimentar o presidente Maurício Macri [Argentina] que conseguiu expressiva vitória em torna da reforma [da Previdência] em seu país.”
Temer justificou a expulsão da Venezuela por descumprir a cláusula de “defesa democrática” necessária para quem integra o bloco.
Integrantes da equipe envolvida nas negociações afirmaram que, sem a Venezuela, os países avançaram com uma agenda reformista “pró mercado”, pondo fim à política “bolivariana” que antes, segundo eles, era forte as discussões.
Os integrantes da equipe ouvidos pela reportagem também disseram que esse movimento, combinado à política externa de barreiras comerciais que vem marcando a agenda dos EUA do presidente Donald Trump, trouxe o Mercosul de volta ao caminho dos acordos comerciais.
Segundo o presidente Temer, o Mercosul fechou um acordo de livre comércio com o Egito e deve fechar no primeiro semestre um acordo de livre-comércio com a União Europeia.
Há ainda negociações em andamento com o Canadá, a Coreia do Sul, Singapura e os países do bloco comercial do Pacífico.
Temer transmite a presidência do Mercosul ao presidente do Paraguai, Horácio Carter.
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