20 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:25

Sem ser alvo, Paes é citado em peças da Lava Jato do Rio

Sem ser citado no pedido de prisão da Operação Rio 40º, deflagrada na manhã desta quinta-feira (3), o nome do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) já apareceu de forma lateral em outras peças na Lava Jato do Rio.

Ele é mencionado em anexos da denúncia contra o empresário Marco Antônio de Luca, preso há dois meses, e num bilhete apreendido com Ary Ferreira Filho, ex-assessor do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

Até o momento, o prefeito é alvo apenas de inquérito baseado na delação de executivos da Odebrecht, enviado recentemente à Justiça Federal do Rio. O Ministério Público Federal afirma que as investigações, até o momento, não identificaram envolvimento do peemedebista no esquema de corrupção apurado na operação desta quinta.

“As investigações são relacionadas a fatos, não pessoas. As apurações continuam”, disse o procurador Rafael Barretto, quando questionado sobre o envolvimento de Paes.

Ex-dono do grupo Masan, de Luca foi preso sob acusação de pagar cerca de R$ 16 milhões de propina a Cabral. Em seu celular, apreendido na Operação Ratatuille, investigadores encontraram um texto que faz referência a “Duda” -como Paes é chamado por amigos.

“A minha relação com o Duda é graças às festas na casa do meu pai, pagas pela empresa”, escreveu ele. Os agentes encontraram também uma foto dos dois, aparentemente num churrasco, quando eram mais jovens.

O nome de Paes aparece também num papel apreendido na casa de Ary Filho, preso em fevereiro na Operação Mascate. Nele, há apenas o nome do ex-prefeito seguido da expressão “PEU Guaratiba”.

O projeto de estruturação urbana do bairro da zona oeste esteve em discussão na Câmara Municipal em 2012. Ele preocupou ambientalista e moradores da região em razão do possível adensamento da área, alvo de forte especulação imobiliária.

Em depoimento, o ex-assessor de Cabral disse que trabalhou nas duas campanhas de Paes para a prefeitura (2008 e 2012). Ele, porém, negou que houvesse sobras de caixa dois de campanha do ex-prefeito, como afirma ter ocorrido com Cabral.

Os procuradores, contudo, afirmam que a cobrança de propina na secretaria municipal reproduz o modelo montado no Estado. O esquema é atribuído ao PMDB do Rio.

OUTRO LADO

Em nota, Paes afirmou que conheceu de Luca por meio do ex-prefeito César Maia (DEM), em 1992, quando entrou na política.

“Tinha pouco contato antes de ser eleito prefeito e estive pouquíssimas vezes com ele depois que virei prefeito”, afirmou ele.

O peemedebista também negou ter conversado com Ary Filho sobre o PEU de Guaratiba.

“Nas poucas vezes em que estive com o então assessor do governador Sérgio Cabral jamais ele falou sobre PEU de Guaratiba”, disse ele.

A executiva da Carioca Luciana Parente, uma das delatoras que envolveu o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto, afirmou em depoimento que “desconhece exigências de pagamentos de vantagens indevidas por parte do [então] prefeito do Rio”.

Paes é alvo de um inquérito da Operação Lava Jato decorrente da delação premiada dos executivos da Odebrecht. De acordo com a empreiteira, o ex-prefeito do Rio recebeu de caixa dois de campanha R$ 11,6 milhões em dinheiro no Brasil e US$ 5,75 milhões em duas contas no exterior. (Folhapress)

Leia mais:

 

 

 

 


Leia mais sobre: Brasil