{nomultithumb}
Pescadores que visitaram o Rio Araguaia em junho e começo de julho têm relatado a falta de fiscalização da pesca predatória no local, em várias localidades. Cardumes inteirios foram capturados sem o devido respeito ambiental. Fontes consultadas pelo Diário de Goiás levantam a preocupação com a falta de bases operacionais da fiscalização do IBAMA e do Meio Ambiente do governo de Goiás.
Um pescador ouvido pelo Diário de Goiás denunciou a pesca ilegal que segundo ele aconteceu no final de semana passado, veja o relato: “Estávamos pescando na região da Viúva (GO)/praia da onça, que se localiza acima do lago do fuzil, e havia uma turma de acampados nessa praia. E vimos várias vezes eles passando pinda, identificadas com sacolinhas (azul), e vinham depois de um tempo recolhendo elas com peixes pirararas e piraíbas, entre outros exemplares”, conta o pescador.
Em entrevista ao Diário de Goiás, o deputado estadual Lucas Calil (PSD), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente na Assembleia Legislativa denunciou que todos os postos fiscais do Rio Araguaia estão fechados e com isso não existe nenhum tipo de prevenção ao crime ambiental na região.
“Infelizmente tem chegado para mim enquanto presidente da Comissão de Meio Ambiente, também diversas denúncias de pesca irregular, pessoas matando peixes que estão em extinção, pesca de forma predatória. Não tem nenhum tipo de punição para aqueles depredadores que passam pela região, principalmente, na bacia do Araguaia. Desde o início do ano venho cobrando para que o governo possa abrir os postos e colocar os fiscais concursados”, aponta o deputado.
Calil enfatiza que o governo está sendo negligente. “Não está tendo (a fiscalização) por negligencia do atual governo, já estamos no sétimo mês e eu tenho pedido desde o primeiro dia para que voltem com os postos fiscais ambientais e nada até hoje”.
Leia Também: Esgoto das cidades ribeirinhas desagua no Rio Araguaia, denuncia delegado
Delegado defende proibição do uso do Rio Araguaia para irrigação; Deputado cobra controle
Agora com a temporada de férias a preocupação aumenta segundo o parlamentar. “É bem mais preocupante porque existe uma cultura turística, aonde vai mais de 1 milhão de pessoas vão para o Araguaia e muitos desses são pescadores e alguns são mal intencionados. Então, existe aqueles que querem depredar por simples prazer e aqueles que tem também o caráter comercial pescam peixes em extinção, em que a pesca é proibida para vender”, explica.
O deputado questiona que já apresentou todas as demandas para o governo, mas não tem resposta. “Eu já apresentei essa demanda para o governo diversas vezes, já está ficando até chato e eles apenas dizem que estão se adaptando, mas isso já tem sete meses quase um ano de governo e vai adaptar quando?”.
Para o Calil, é preciso tentar a conscientização, não somente por aplicação de leis, mas ressaltar o que significa o Araguaia. “Além das leis emitidas juridicamente, a conscientização mesmo, a importância do peixe no rio que ele vale muito mais dentro da água do que fora”, conclui.
A Secretaria de Meio Ambiente de Goiás (Semad), disse por meio de nota que uma equipe de fiscalização iria estar atuando na região e que buscou ampliar o foco no desmatamento e tráfico animais. Veja na íntegra:
A Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que uma equipe conjunta da Fiscalização e do Comando de Policiamento Ambiental, que já está atuando na região do Rio Araguaia, vai verificar essa denúncia no local até amanhã.
Nesse mês, a Semad ampliou o foco de ação na fiscalização ao desmatamento ambiental e tráfico de animais, coibindo a pesca predatória e caça irregular na região do Rio Araguaia. O percurso pelo Rio Araguaia abrange os municípios de Aragarças, Montes Claros, Britânia, Jussara, Aruanã, São Miguel do Araguaia e Nova Crixás.
Leia mais sobre: Assembleia Legislativa / Fiscalização / Lucas Calil / Meio Ambiente / rio araguaia / Especial