23 de dezembro de 2024
Destaque 2 • atualizado em 05/02/2021 às 14:42

Sem flexibilização no decreto, bares e restaurantes suspendem 500 novas vagas de trabalho; “Frustração”, define diretor da Abrasel

Donos de bares e restaurantes estão frustrados com novo decreto do prefeito Rogério Cruz
Donos de bares e restaurantes estão frustrados com novo decreto do prefeito Rogério Cruz

Os donos de bares e restaurantes que estiverem esperançosos e na expectativa em um decreto que permitissem os estabelecimentos estendessem para meia-noite o horário de fechamento em Goiânia estão frustrados após verem que o texto publicado nesta quinta-feira (04/02) manteve o fechamento para as 23h. “Foi frustrante”, pontuou em entrevista ao Diário de Goiás na manhã desta sexta-feira (05/02) o diretor da Abrasel, Frederico Costa. Em comunicado, o SindiBares também comunicou que 500 vagas de trabalho que estavam abertas no segmento foram suspensas. 

(A entrevista está disponível na íntegra no fim da matéria)

“Foi frustrante, com certeza. Estamos numa situação onde tinha uma posição dada pelo prefeito, inclusive, na sexta-feira juntamente com ele, o Sindibares, Abrasel e outros representantes. E ele demonstrou que ia seguir as orientações do COE principalmente. Só que vimos isso de uma maneira contrária”, destacou Frederico. O Comitê de Operações Emergenciais da Prefeitura de Goiânia havia dado um parecer positivo à extensão de horários dos estabelecimentos na quarta-feira (03). O que se viu no entanto, foi que apenas as distribuidoras e lojas de conveniência tiveram uma flexibilização autorizada.

Frederico reforçou que o fechamento as 23h, significa apenas 4 horas de atividade e circulação financeira sendo operacionalizada dentro de um bar e restaurante. “Quatro horas de venda para estabelecimento como um bar principalmente, é muito dificil, para você ver, é dificil ver um bar as 18 horas com ocupação. Os bares costumam a ser ocupados a partir das 19h. As 18 horas a ocupação não chega a 20%. O período de venda diminui muita receita e o faturamento do estabelecimento que vai desencadear em vários problemas no segmento”, ponderou.

Nova reunião com o prefeito deverá ser agendada

Uma nova reunião deverá ser solicitada junto com o prefeito para tentar sensibilizá-lo, mas o sentimento de frustração é mantido, principalmente por ter a orientação do COE tida como favorável à flexibilização dos horários. “Estamos tentando, através de alguns vereadores, mais uma vez sensibilizar o prefeito. Fica difícil acreditar porque ele teve a oportunidade de fazer isso ontem e não foi feito e causa essa estranheza porque se tivéssemos tido um parecer do COE mostrando realmente seria necessário bares e restaurantes manter o horário de fechamento das 23 horas porque os índices estão se elevando em Goiânia”, pontuou.

6 mil vagas de trabalho em jogo e 500 vagas de trabalho são suspensas

Em comunicado enviado na manhã desta sexta-feira (05/02), o Sindibares levantou que nos próximos dias 6 mil postos de trabalho devem ser perdidos com as medidas, além de 500 novas oportunidades temporariamente suspensas.

O Sindibares projeta que sem a flexibilização nos próximos dias cerca de 6 mil funcionários terão que ser demitidos em Goiânia. Em novembro do ano passado com expectativa de aumentar o movimento empresários fizeram contratações, então esses trabalhadores que hoje têm contrato de experiência, vão ter seus contratos encerrados. Além disso, cerca de 500 vagas para o setor que estavam em aberto, em seleção na Central de RH do Sindibares, também já foram suspensas”, destacou.

O sindicato destacou que vem buscando diálogo com Rogério Cruz para entender o proque o prefeito não acatou a orientação do COE. “O Sindicato reafirma a preocupação em relação ao Coronavírus, mas que segue protocolos de segurança já impostos, como funcionamento somente com 50% da capacidade, distanciamento entre as mesas, álcool gel, entre outras coisas”, pontuou.

A preocupação se dá porque apesar dos fechamentos não há um auxílio ou suporte do poder público para a sustentação dos estabelecimentos em contraponto às restrições. “Por conta dessa instabilidade e restrições os empresários devem começar a demitir, já que não conseguem arcar com os custos e não tem ajuda do Governo Federal, Estadual e nem municipal.”

Veja a entrevista com Frederico Costa, da Abrasel na íntegra:


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