O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), pré-candidato ao governo de Minas Gerais, anunciou apoio nesta sexta-feira (13) ao jornalista Carlos Viana (PHS) em sua corrida ao Senado. É o segundo pré-candidato ao Senado apoiado por Anastasia, mas não houve confirmação de que Viana estará na chapa tucana, o que ainda deixa em aberto a possibilidade de o senador Aécio Neves (PSDB-MG) concorrer à reeleição.
Anastasia já definiu o deputado federal Marcos Montes (PSD) como candidato a vice, mas ainda tem duas vagas para o Senado em sua chapa. Uma delas deve ficar com Dinis Pinheiro (Solidariedade). O partido já aderiu à coligação tucana e Anastasia também esteve em seu lançamento.
O apoio a Viana, porém, foi menos enfático, com Anastasia desejando-lhe “boa sorte”, mas sem afirmar se estarão na mesma chapa. O deputado federal Marcelo Aro, presidente do PHS, disse trabalhar para que a aliança seja formalizada na convenção do partido neste mês.
Ao final do evento de lançamento de Viana, Anastasia saiu às pressas, sem responder à imprensa se há lugar para Aécio em sua chapa ou se o jornalista ocupará a segunda vaga ao Senado. Foi o único compromisso de campanha até agora em que o tucano não deu entrevistas.
Anastasia afirmou em discurso que há indefinição sobre quem serão os candidatos nesta eleição. “Hoje é o quadro A, amanhã, o quadro B. A menos de 80 dias das eleições não sabemos quem são os candidatos à Presidência, ao governo e nem ao Senado. O quadro está opaco, embaralhado”, disse.
O senador atribuiu o cenário à crise política, mas sem mencionar Aécio. Por ser alvo de acusações de corrupção, Aécio não tem aparecido em eventos de campanha e ainda não definiu se vai concorrer, pois poderia atrapalhar a corrida de Anastasia.
“E a própria situação da crise política brasileira. A crise econômica, social, ética que nós vivemos lançou dúvidas e o resultado é esta indefinição”, disse Anastasia.
Aliança
Viana afirmou à imprensa que apoiará Anastasia e terá o seu apoio mesmo se não estiverem na mesma chapa. A coligação formal, no entanto, depende de que o PSDB defina seus candidatos e de que o PHS decida em convenção pelo apoio aos tucanos.
“Tudo indica que Carlos Viana será o candidato oficial da chapa do senador Anastasia e vamos trabalhar para isso”, disse Aro.
Porém, o partido tem uma condição: “O PHS não caminhará no mesmo palanque que Aécio Neves”, afirma Viana. O tucano tem sido alvo de críticas não só do jornalista, mas também do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), maior liderança do partido em Minas e que também esteve no evento.
Aro afirmou que o partido ouvirá o prefeito para definir a coligação em Minas. “A gente não vai andar para um lado e Kalil para outro. Estaremos juntos na campanha de governo, não vamos fazer nada que vá ferir a vontade do prefeito.”
Kalil, porém, afirmou justo o contrário: que não está atrelado e não deve satisfação ao PHS. Ele voltou a dizer que ficará neutro na disputa pelo governo do estado, ao menos no primeiro turno, e que seu único apoio será a Viana.
Embora dividisse o palco com Anastasia, o prefeito deixou clara sua neutralidade. “Não tenho motivo para apoiar ninguém. O PHS vai para o lado que quiser ir, eu vou para o meu lado. Partido político hoje é doença, é lepra. Quanto mais os candidato se personalizarem e se separarem é melhor”, afirmou à imprensa.
Questionado sobre a posição de Kalil, Aro afirmou que, se o prefeito determinar que o partido ficará neutro, assim o será. “Mas acredito que a vontade de todos está caminhando para um lado só”, emendou, dando a entender que o prefeito pode dar o aval para o apoio aos tucanos.
Metralhadora
Kalil afirmou ter respeito por Anastasia e, em seu discurso no palco com o tucano, disse que Minas teve apenas um senador nos últimos anos e não três, como deveria -desfazendo de Aécio e Zezé Perrella (MDB).
A metralhadora contra Aécio não parou por aí. Sem mencionar o senador, Kalil ironizou a fala do tucano após ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista pedindo dinheiro. Na ocasião, Aécio se desculpou pelo uso de palavrões.
“Na hora em que se pega uma gravação, ‘me desculpe, eu falei palavras chulas’. Palavras chulas? O conteúdo é que é chulo. É o conteúdo da conversa que embrulha o estômago”, disse Kalil.
Viana também não poupou críticas. Em entrevista à imprensa disse: “Anastasia é respeitado. Os outros dois senadores, não posso dizer a mesma coisa”.
O pré-candidato ao Senado era apresentador na TV Record e na rádio Itatiaia, mas deixou os empregos para concorrer. Na campanha, terá a segurança pública como tema. Viana é ligado à igreja evangélica. O evento terminou com uma oração coletiva. (Folhapress)
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