22 de dezembro de 2024
Césio-137

Seis mil toneladas de rejeitos radioativos do Césio-137 permanecerão lacrados por mais 265 anos

Os materiais radioativos do acidente acontecido em 1987 serão monitorados por protocolos internacionais
O tragédia com o Césio-137 foi o maior acidente radiológico ocorrido no Brasil. Foto: SES
O tragédia com o Césio-137 foi o maior acidente radiológico ocorrido no Brasil. Foto: SES

Os rejeitos de material radioativo do acidente, que aconteceu em Goiânia há 35 anos atrás, continuarão a ser monitorados por mais 265 anos, de acordo com O Popular. As 6 mil toneladas de rejeitos do Césio-137 estão lacrados em depósitos isolados que ficam em Abadia de Goiás, no Parque Estadual Telma Ortegal e passam por monitoramento contínuo.

O físico Roberto Vicente, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) explica que, de acordo com os protocolos nacionais, quando uma fonte radioativa é desativada, ela é levada para alguma unidade de referência, como o Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), que fica em Abadia de Goiás, ou o Ipen, que fica em São Paulo. O físico afirma que a intenção é de que os dejetos do Césio-137 permaneçam no depósito final até a radioatividade decair a níveis seguros.

O primeiro depósito em Abadia, chamado de Container de Grande Porte, abriga ainda 40% dos rejeitos, considerados de baixa radioatividade. Os 60% restantes, considerados de média radioatividade estão armazenados no Depósito Final, e serão monitorados por mais 265 anos.

O Programa de Monitoramento Ambiental (PMA) do Parque faz análises de amostras coletadas do solo, da água e da vegetação que fica em torno dos depósitos, que vão para o laboratório de radioecologia do CRCN-CO, passar por de análises de radioatividade.

De acordo com o coordenador do CRCN-CO, Walter Mendes, o protocolo utilizado em Abadia é seguro. “Os depósitos foram desenvolvidos seguindo padrões internacionais. São completamente lacrados”, afirma o físico. A sede do CRCN-CO também funciona como um centro de pesquisas e faz um trabalho de integração, ligado a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e com órgãos como o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, montando uma equipe de resposta rápida em casos de possíveis acidentes radioativos.

Mendes afirma que, hoje em dia, a chance de ocorrer acidentes radiológicos de grandes proporções, como o de 1987 são bem menores. “A preparação do nosso sistema de emergência é muito melhor. Somos referência pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)”, aponta o físico.


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