A Prefeitura de Goiânia tem realizado uma série de obras pela cidade. As obras mais impactantes são o complexo viário da Avenida Jamel Cecílio e a Trincheira da Rua 90. A primeira deve ser entregue somente no ano que vem e a última até o dia 30 de novembro. O trânsito tem sido impactado na região sul da capital. A Prefeitura argumenta que a obra é necessária. Na Câmara Municipal o assunto repercute. A oposição acusa o Executivo de fazer obras eleitoreiras.
A grande reclamação é que a prefeitura economizou nos dois primeiros anos para fazer várias obras ao mesmo tempo na reta final do mandato, no aproximar das eleições do ano que vem, sendo projetos de caráter eleitoreiro, como avalia a vereadora Sabrina Garcez (Sem Partido).
“Já é uma questão eleitoreira, as obras foram iniciadas agora, é um problema que faltou um planejamento, as obras foram iniciadas sem ter o dinheiro garantido, sem o contrato ter sido assinado, se acontecer qualquer problema, poderia inviabilizar o empréstimo. Vários canteiros de obras ficariam pela cidade abandonados. A essa Casa coube agilizar o processo. A cidade está endividada pelos próximos 10 anos, a prefeitura precisa ter responsabilidade”, argumentou Sabrina.
O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Dolzonan Mattos, rebate as críticas das vereadora. Para ele, não se trata de obra eleitoreira. Os projetos de várias obras foram feitos e gestões passadas, como de CMEIS que estavam abandonados, o viaduto da Jamel Cecílio, que foi apresentado pelo ex-prefeito Paulo Garcia, a ponte da Vila Alpes, obra interrompida em 2012, entre outras.
“Obras que foram iniciadas em 2010, com projetos em 2012, 2013, eu não considero como eleitoreiras, até porque o prefeito teve primeiro que arrumar a casa, por conta das finanças. A prefeitura estava com muitas situações difíceis e um déficit mensal de R$ 31 milhões. Ele teve muito dificuldades, 18 meses, para fazer obras dentro do governo dele. Nosso prazo é muito curto, daí a necessidade de termos tantas frentes de obras ao mesmo tempo”, argumentou o secretário Dolzonan Mattos.
O secretário avaliou que há outro ponto importante a ser destacado. Para ele, a cidade foi abandonada ao longo dos anos e sem muitos investimentos em determinadas áreas. Ele cita por exemplo, o abandono do Grande Hotel, no Centro de Goiânia. Neste local, a prefeitura tenta fazer a compra do espaço junto ao INSS.
“A minha grande preocupação vai além de retomar as obras paralisadas. Acho que Goiânia ao longo do tempo foi deteriorada, equipamentos públicos municipais e estaduais ficaram completamente abandonados. Por exemplo, você chega no Grande Hotel, foi reformado durante a Casa Cor, hoje lá é uma lástima, dá até dor no coração em ver o estado da construção. Hoje o volume de obras é assustador, a população reclama, não deixa de ter certa razão, mas vão trazer um benefício necessário, depois a população irá agradecer”, afirmou o secretário.
O líder do prefeito na Câmara, vereador Oseias Varão (Sem Partido) também não concorda com a argumentação de obras eleitoreiras. “O prefeito fez o que precisava ser feito, inclusive com resistência política. O prefeito teve coragem para tomar medidas duras que contrariavam interesses para organizar as finanças. O prefeito agiu para que a cidade não fosse para o buraco”, analisou.
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