Com 80% da população vacinada com a primeira dose e mais de 62% com a segunda dose, Aparecida caminha para dias melhores em relação à pandemia da Covid-19. A expectativa é de até novembro atingir os 90% com a D1, e 70%, a D2. Nesse contexto, o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães, comemora a decisão do Ministério da Saúde em abrir a dose reforço para o público geral.
Hoje, limitada apenas para grupos específicos, como idosos, imunossuprimidos e profissionais da saúde, a terceira dose será liberada para o público geral desde que haja um intervalo de cinco meses entre a segunda aplicação e a nova dose reforço. Em entrevista ao Diário de Goiás, Magalhães acredita que a medida pode evitar o surgimento de novas ondas em Aparecida de Goiânia.
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“Eu acredito que sim. Tem mostrado nos olhares e observando outros países que quem conseguiu uma cobertura maior de vacinação está evitando maiores casos e recrudescência de novas ondas. Acredito que foi fundamentado nisso que o Ministério da Saúde soltou a terceira dose até para intensificar e quebrar a cadeia de transmissão da doença e não ter nem terceira nem quarta onda no Brasil”, pontuou.
Magalhães também pontua que não haverá escassez de doses para o público que queira se imunizar com a dose reforço. “Tem uma estimativa de ter mais de 100 milhões de doses da Pfizer apenas em novembro e dezembro. Temos de lembrar que não são todos que vão receber agora”, explica. “O estoque planejado para novembro e dezembro daria conta de fazer a terceira dose.”
Alessandro também acredita que a busca pela vacinação aumentará e mesmo aqueles que estão reticentes em tomar a primeira dose podem tomar a iniciativa de agora, se imunizarem. “A nossa expectativa é que aumente a procura. Principalmente quem já completou o esquema há mais de cinco meses a gente acredita que procure e estimule outras pessoas que ainda relutam vacinar procurar a vacinação e isso eria importantíssimo para que não haja aumento de casos”, destaca.
Dose reforço: medida anunciada pelo Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde anunciou, hoje (16/11), a redução do intervalo de tempo para aplicação da dose reforço da vacina contra a covid-19 dos atuais seis meses para cinco meses. A decisão, que será implementada pelas secretarias de Saúde dos estados e municípios, contempla todas as pessoas acima de 18 anos, independentemente do grupo etário ou profissão. Inclusive aquelas que receberam a Janssen, que passa a contar com uma segunda dose – aplicada dois meses após a primeira – e a dose de reforço.
“Já tínhamos autorizado a aplicação desta dose de reforço, ou adicional, para todos aqueles que tinham tomado a segunda dose há mais de seis meses e que tivessem [mais de] 60 anos. Agora, graças às informações advindas dos estudos científicos realizados para avaliar a aplicação da terceira dose – e dos quais já temos dados preliminares -, decidimos ampliar esta dose de reforço para todos aqueles acima de 18 anos de idade que tenham tomado a segunda dose há mais de cinco meses”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Ele garantiu que o estoque de imunizantes será suficiente para atender à demanda. Atualmente, há 12,47 milhões de pessoas aptas a receber a dose reforço.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 350 milhões de doses das vacinas contra a covid-19 já foram distribuídas para todo o país, e mais de 297 milhões já foram aplicadas ao longo de onze meses. Mais de 157 milhões de pessoas tomaram ao menos uma dose do imunizante – número que, segundo a pasta, representa 88% do público-alvo previsto no plano nacional de vacinação contra a doença. No entanto, cerca de 21 milhões de pessoas ainda não retornaram para tomar a segunda dose na data prevista.
Segundo a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Melo, pessoas na faixa entre 25 e 34 anos formam a maioria dos que ainda não compareceram para tomar a segunda dose. Analisando qual vacina as pessoas que não completaram o ciclo vacinal receberam, a secretária aventa a hipótese de que, além de outros fatores (como a dificuldade de encontrarem tempo para retornar ao posto de vacinação), as reações características de cada imunizante podem estar desestimulando algumas pessoas.
“Algumas [vacinas], de fato, trazem [causam] alguns efeitos adversos que passam em um ou dois dias. A população tem que estar consciente disso. Tem que estar alerta e saber que estes efeitos são esperados e acontecem”, comentou Rosana, destacando que, junto com as recomendações de uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos frequente e adequada, a vacinação vem proporcionando a redução do número de casos graves da doença e, consequentemente, das internações e mortes.
“Hoje, nós temos, no Brasil, 21,11 milhões de pessoas que estão aptas a tomar a segunda dose da vacina e, assim, completarem seu esquema vacinal”, informou a secretária ao reforçar que, para aumentar suas proteções contra a doença, a pessoa tem que tomar todas as doses recomendadas pelos laboratórios fabricantes e autorizadas pelas autoridades sanitárias.
“Além disso, os estudos têm mostrado que, a partir do quinto ou sexto mês, independentemente do imunizante utilizado, há sim uma necessidade de reforçarmos nosso sistema imunológico tomando uma dose de reforço”, acrescentou a secretária, alertando para a importância de os estados seguirem as novas recomendações do ministério. “Se algum estado fizer separado, diferente, prejudicará muito o nosso planejamento.”
Janssen
Outra mudança anunciada pela pasta diz respeito à vacina da Janssen que era aplicada em dose única e passará a ter duas doses.
“No início, a recomendação era de que esta vacina fosse de dose única. Hoje, sabemos que é necessária esta proteção adicional. Então, quem já tomou a Janssen, agora vai tomar a segunda dose do mesmo imunizante. E, lá adiante, cinco meses após [a segunda dose], um reforço com imunizante diferente”, disse Queiroga. A dose reforço da Janssen deverá ser ministrada a partir de dois meses da primeira aplicação.
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