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Cidades
| Em 2 meses atrás

Secretário de Saúde diz que não teve posição definitiva de Rogério Cruz sobre crise nas maternidades

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Apesar da grave situação das unidades de saúde da capital, especialmente as três maternidades públicas, o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, não apresentou uma solução ou um cronograma que possa indicar o fim da crise, porque, segundo ele, essa posição ainda não veio por parte do prefeito Rogério Cruz (SD). “Eles [Prefeito e Finanças] ainda não me posicionaram sobre repasses para regularizarmos em definitivo a situação”, afirmou Pollara.

A declaração do secretário foi divulgada nesta segunda-feira (21) pela presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, vereadora Kátia Maria (PT). Ela tinha se reunido pela manhã com Pollara para discutir a crise enfrentada pelas maternidades municipais de Goiânia. A intenção, segundo ela, era encontrar soluções urgentes para a retomada dos atendimentos suspensos em algumas unidades.

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Procurado durante a tarde, o secretário de Saúde informou através da assessoria de Imprensa que já tinha manifestado o posicionamento dele sobre a crise durante a reunião.

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Também nesta segunda o secretário estadual de Saúde, Rasivel dos Reis Santos Júnior afirmou durante uma entrevista que a crise em Goiânia está impactando o atendimento nas unidades estaduais.

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Pollara fala em medidas pontuais e que aguarda prefeito

Segundo a vereadora, na reunião Wilson Pollara reconheceu que as medidas têm sido tomadas de “forma pontual”, ou seja, apenas para resolver situações mais imediatas, mas insuficiente para encerrar a crise, algo que teria de vir de uma posição da Secretaria de Finanças ou do prefeito.

Também estiveram presentes o vice reitor da UFG, Jesiel Carvalho, e Lucilene Souza, diretora-executiva da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc/UFG), instituição gestora das maternidades.

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“A situação é alarmante”, definiu a parlamentar. De fato, a cidade enfrenta a suspensão de atendimentos nas maternidades municipais devido a uma dívida acumulada que já teria ultrapassado R$ 80 milhões. Esses valores são referentes a repasses pendentes da Prefeitura, que comprometeram a capacidade de funcionamento das unidades, envolvendo desde pagamento de médicos e demais servidores, até a compra de alimentos para pacientes e insumos médicos.

“Estamos muito preocupados com essa situação e estamos fazendo um esforço muito grande para ajudar nas soluções. A crise na Saúde em geral é muito grave, mas, no caso das maternidades, já há suspensão de atendimentos e um colapso muito próximo.”

Para onde foi o dinheiro?

Kátia também destacou a responsabilidade da gestão municipal, questionando a destinação dos recursos: “Vocês afirmam que investiram 21% do orçamento em Saúde, mais que os 15% mínimos estipulados pela Constituição, mas para onde está indo esse dinheiro, se a situação mostra essa crise sem precedentes?”, questionou ela.

A parlamentar avalia que a situação se torna ainda mais crítica quando se considera dados de instituições de saúde indicando que cerca de 1.500 partos mensais são realizados nas maternidades municipais. Dessa forma, a suspensão desses atendimentos representa um risco significativo para a saúde das gestantes e recém-nascidos na capital.

O secretário reconheceu a gravidade da situação e ressaltou a importância do trabalho conjunto. Segundo o que foi divulgado pela assessoria da parlamentar, ele considerou que a reunião era “um esforço coletivo, uma reunião de trabalho para garantirmos que os atendimentos sejam normalizados e a população não pague o preço dessa paralisação.”

Prefeitos anteriores fizeram compromisso “inconsequente”, diz secretário

Ele também teria feito uma análise crítica da situação, afirmando que a crise é resultado de “uma decisão inconsequente de quem definiu esse plano lá atrás. Assumiu-se um compromisso que, sabidamente, não seria cumprido em termos de orçamento”, indicando que estava se referindo a prefeitos de gestões anteriores.

Pollara mencionou, por exemplo, a Maternidade Célia Câmara, que foi aberta como um hospital de campanha durante a pandemia de COVID-19, e ressaltou que sua manutenção financeira não era viável após o pico da crise sanitária: “Ele deveria ter sido fechado. Não se podia assumir um compromisso financeiro de manter o hospital aberto.”

Kátia Maria concluiu que a reunião deixou em evidência a necessidade urgente de reestruturação e planejamento na gestão da saúde municipal, visando garantir que os atendimentos nas maternidades sejam retomados quanto antes. As próximas ações a serem tomadas e o cronograma para a normalização dos serviços ainda serão definidos em conversas com o prefeito e a Secretaria Municipal de Finanças, mas a pressão por resultados já é evidente entre os envolvidos.

“A saúde de mães e bebês recém-nascidos não pode esperar”, alertou Kátia. “Exigimos soluções imediatas para que as maternidades voltem a atender com dignidade. Não podemos permitir que a gestão ineficaz comprometa a vida de mães e crianças. É hora de agir com responsabilidade e urgência!”, conclui.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.