O secretário da Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, afirmou nesta quinta-feira (22), que a capital caminha para um patamar de segurança, com relação à queda na taxa de contaminação da Covid-19 e, consequentemente, da sobrecarga hospitalar. No entanto, alerta para a instabilidade da pandemia, com a ressalva de que os cuidados de proteção devem continuar.
Em entrevista ao Jornal Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes (820), Durval explicou sobre o atual cenário de contaminação em Goiânia, levando em consideração que o indicador “R” permanece abaixo de 1. “É importante entender que esse dado, o R, é um dado dinâmico. Então, todas as vezes que você calcula ele, ele pode sofrer modificações, inclusive diária. Então, é aquela mesma história da média móvel. Nós trabalhamos com uma mensuração dele por semana, baseado também nas testagens ampliadas que são feitas e houve um discreto incremento dele de 0,8 para próximo de 0.92 e sendo que sempre que está abaixo de 1 é o ideal, porque isso quer dizer que nenhuma pessoa contamina a outra”, disse.
O secretário ressaltou, também, a queda na taxa de ocupação na rede hospitalar municipal, como um indicador positivo. “A taxa de uso e de solicitação de leitos, tanto de enfermaria, quanto de UTI, também é um outro marcador interessante, porque ele mostra a sobrecarga do sistema de saúde. Nós temos mantido uma taxa de ocupação de UTI já abaixo de 80%, sustentada por um período já considerável e os leitos de enfermaria apresentam uma queda mais substancial ainda, que são já abaixo de 70%. Hoje mesmo, a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria, às 7h da manhã, era de 66%. Quando isso acontece, significa que a contenção da disseminação, bem como a gravidade da doença, está caminhando para um patamar de segurança”, ponderou.
Questionado sobre o que poderia ter motivado a redução na transmissão do vírus, Durval esclareceu: “É importante ficar claro que só existem, especificamente, duas formas de você combater o vírus, uma é através da vacinação, que infelizmente nós ainda não temos dados percentuais elevados o suficiente para conferir essa proteção. E a outra é barrando a transmissão do vírus. Por isso, a importância do uso da máscara. A fonte de infecção são as vias aéreas, então enquanto você usa a máscara, você diminui a dispersão de gotículas de aerossol no ambiente e isso diminui a contaminação”.
“Quando você reduz a mobilidade das pessoas, ou seja, menos pessoas estão circulando, aglomerando em ambientes, você acaba diminuindo essa taxa de contaminação. Então temos que entender que esse resultado positivo, ele vem de três ações: uma ação da restrição de mobilidade, uma ação da vacina, e também uma ação própria da gestão da saúde, que foi o aumento expressivo de leitos de UTI e de leitos de enfermaria”, ressaltou.
O secretário destacou, ainda, o fato de a alta no número de casos em Goiânia, levando em consideração as variantes encontradas na capital, não ter gerado crise hospitalar, da forma em que ocorreu na Amazônia. “Mesmo frente a grande percentual já identificado ser a mesma cepa, não faltou oxigênio, não houve falta de leitos por um período extenso que pudesse complicar e levar as pessoas à morte, por falta de leito na capital. No período em que essas pessoas precisaram aguardar nos Cais e nas UPAs, foram criadas estruturas pré-hospitalares nas unidades, que garantiram tempo de assistência adequada, para que essas pessoas fossem ao hospital”, esclareceu.
Apesar da contenção da disseminação do vírus, Durval alertou para que os cuidados de prevenção ao vírus, continuem sendo tomados, de forma minuciosa. “É muito importante entender que esse momento de segurança jamais pode ser considerado como um momento de tranquilidade. Sempre que está frente a uma pandemia, você sempre deve estar em estado de alerta. Se você reduz a atenção em uma doença que tem alto contágio, espalha muito fácil, gravidade e sobrecarrega o sistema de saúde, poucos dias podem ser decisivos para uma decisão inadequada”, explicou.
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