O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, deu apoio nesta sexta-feira (17) a uma solução política para a guerra civil na Síria, a primeira manifestação do governo de Donald Trump favorável às negociações para o fim do conflito.
Em encontro com aliados dos EUA contrários o regime de Bashar al-Assad, o chefe da diplomacia negou que o país tenha se inclinado à Rússia, que auxilia militarmente o ditador a derrotar sua oposição.
Segundo diplomatas, Tillerson disse que só seria possível uma cooperação com Moscou caso governo russo aceite que nem toda a oposição ao regime sírio é terrorista, como as autoridades de Damasco definem.
Outro ponto de oposição ao Kremlin foi o apoio às negociações de paz de Genebra, conduzidas pela ONU com respaldo de EUA, França e Reino Unido, que devem ser retomadas na cidade suíça na próxima semana.
Por outro lado, os russos se aliaram à Turquia e ao Irã em um diálogo alternativo sediado em Astana, no Cazaquistão, que teve reunião nesta sexta. Em nenhum dos dois casos o regime e a oposição chegaram a um acordo.
A defesa pela solução pacífica tranquilizou os países europeus depois que Trump deu sinais dúbios sobre a abordagem sobre o conflito sírio. Na posse, enfatizou a presença do terrorismo no país, dizendo que aniquilaria a facção terrorista Estado Islâmico.
Um dos exemplos foi o anúncio, em 31 de janeiro, do envio de veículos blindados e equipamentos a milícias que combatem os extremistas. Três dias antes, porém, prometeu uma “real coordenação” com o líder russo, Vladimir Putin, no combate ao terrorismo.
Antes de assumir ainda prometeu reduzir o apoio aos rebeldes sírios dias depois de vencer a eleição.
Os ministros das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, e alemão, Sigmar Gabriel, afirmaram que entre eles e Tillerson ficou claro que todos concordam em uma solução pacífica e na pressão ao governo russo e a Damasco.
As forças de Assad estão no momento mais forte desde o começo da guerra, em 2011, graças ao apoio de Moscou. Por outro lado, os rebeldes se enfraqueceram por não terem forças suficientes para combater o regime e os terroristas ao mesmo tempo.
China
Depois do encontro sobre Síria, Rex Tillerson reuniu-se com seu colega chinês, Wang Xi, a quem cobrou uma pressão maior do país à aliada Coreia do Norte, depois do último teste de mísseis balísticos, realizado no domingo (12).
Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, o americano sinalizou o perigo crescente do programa nuclear e de mísseis e pediu o uso de “todos os meios disponíveis” para moderar o regime de Kim Jong-un.
Na primeira reunião entre os dois países desde a posse de Trump, os dois discutiram esforços para avançar na relação bilateral e na estabilidade global. No entanto, não houve menção nas notas oficiais a temas polêmicos.
Dentre eles, o pedido de Trump pelo fim da desvalorização artificial do yuan, que dá vantagem à China no comércio exterior, o avanço militar pelo Sudeste Asiático e as disputas territoriais de Pequim com aliados dos EUA na Ásia. (Folhapress)
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