05 de dezembro de 2025
PELO DIÁLOGO

Secretaria recua de corte de 30% em plantões médicos após pressão da categoria

Prefeitura retira proposta de nova tabela de plantões e promete negociar com entidades médicas após críticas no Conselho de Saúde onde proposta foi votada simbolicamente e rejeitada
Conselho Municipal de Saúde se reuniu e, mesmo com recuo da prefeitura, votou contra nova tabela - Foto: arquivo / Secom Goiânia
Conselho Municipal de Saúde se reuniu e, mesmo com recuo da prefeitura, votou contra nova tabela - Foto: arquivo / Secom Goiânia

A Secretaria Municipal de Saúde recuou na tentativa de implementar uma nova tabela de valores para os plantões médicos nas unidades públicas de Goiânia com corte de 30%. A possibilidade de redução causou reação contrária na categoria e, na reunião do Conselho Municipal de Saúde (CMS) que votaria a nova tabela, houve o recuo.

E se não tivesse recuado, a Prefeitura teria tido o dissabor de uma derrota fragorosa no CMS.

Segundo informou ao Diário de Goiás o presidente do Conselho, Venerando Lemes, mais de 90% dos membros presentes na reunião desta quarta-feira (2) eram contra a nova tabela e exigiram uma votação simbólica. Dessa forma, mesmo após a retirada da proposta da SMS, essa rejeição foi simbolicamente atestada em votos, segundo ele, por quase unanimidade dos presentes.

Em nota, a SMS informou nesta quarta “que irá dialogar com as unidades representativas da categoria e reenviar proposta ao Conselho”.

A falta de diálogo foi reconhecida por um assessor técnico da secretaria que participava da reunião do conselho. Em áudio divulgado pela Tv Anhanguera, o assessor Marcos Vinícius Álvares disse que faltou abrir a discussão para todas as entidades para ter um consenso, “uma melhor forma de atender”. Ele citou as dificuldades financeiras vividas pela administração, mas a fala não foi bem aceita pelos médicos que tinham convocado uma assembleia para o mesmo local e horário da reunião do CMS.

O assessor retomou dizendo que o perfil da atual administração não é de decidir “goela abaixo”, que haverá negociação e que depois o assunto volta ao CMS. A proposta de redução de valores pelos plantões era questionada pelo Sindicato dos Médicos (Simego) desde que a notícia do corte se espalhou.

Ao divulgar que estava propondo a nova tabela, a SMS vinha destacando a situação de crise orçamentária vivida na rede pública da capital e que preparou um novo credenciamento de profissionais médicos com valores ajustados à realidade do mercado e a essa situação, definida como calamitosa. Refutando que a proposta representasse desvalorização da classe médica, a nova tabela foi apresentada como mais eficiente na aplicação de recursos públicos da Saúde.

De fato, a atual administração herdou a maior crise já vivida pela rede municipal de Saúde, alvo de investigações policiais, prisões, ações judiciais e até intervenção.

Por outro lado, médicos e demais servidores da área sempre destacaram que assim como a população, que amargou falta de atendimento, eles também foram vítimas dessa crise que precarizou os ambientes e a prestação dos serviços.


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