A crise no sistema de regulação na área da Saúde da Prefeitura de Goiânia tem causado grandes transtornos a quem precisa ir a Central de Regulação. São horas e horas na fila. O Idetch solicitou o rompimento do contrato com a administração municipal. Em um período de até 90 dias, a secretária de Saúde da capital, Fátima Mrué pretende dar solução ao problema a partir do funcionamento pleno de um novo sistema de informática que está sendo adquirido. A gestora disse que o sistema atual é insuficiente e não atende a todas as necessidades.
Precariedade
Em entrevista a Altair Tavares na Vinha FM, Fátima Mrué reconhece que pacientes estão sofrendo para marcar exames, solicitar internações e cirurgias. Ela disse que nos últimos dois meses o sistema de informática se mostrou bastante precário. Ela espera que o novo sistema ajude a solucionar as questões que hoje tem dificultado a vida da população.
“É um sistema que há dois meses tem dado sinais de extrema precariedade. Nós estamos adquirindo um sistema novo, completo, que atende a todas as ações da saúde. Pretendemos implantar este sistema de forma mais emergencial na Central de Regulação para exatamente tentar eliminar a necessidade dos pacientes fazerem viagens, são no mínimo 3 para solicitar exames. Dentro de 60 a 90 dias é o tempo estimado para que o sistema esteja em funcionamento pleno na central de regulação”, declarou.
Economia
Fátima Mrué disse que o sistema será mais econômico para a Prefeitura de Goiânia. A secretária explicou que por mês é gasto no contrato com o Idetch o valor de R$ 770 mil. Ela destacou que o novo sistema será próprio da Prefeitura de Goiânia e custará R$ 4,2 milhões e após um ano para fazer a atualização, caso o Município faça esta opção terá de pagar mais R$ 1 milhão. A gestora ressaltou que o gasto mensal neste caso seria de R$ 80 mil.
“Esse contrato leva em conta com a operação da equipe que é muito competente, mas o sistema é insuficiente, muito limitado. Gera filas, gera uma dificuldade na marcação e no controle. Foi uma medida que tomamos. Vamos substituir este custo mensal de R$ 770 mil por mês para a compra de forma definitiva do sistema, que ao todo vai nos custar ao todo R$ 4,2 milhões, e após um ano a atualização do sistema que é opcional, nós podemos ou não querer a atualização, ela nos custaria R$ 1 milhão por ano. Vamos sair de R$ 770 mil por mês para R$ 80 mil por mês. Um sistema com habilitação legal”, argumentou.
Integração
A secretária de Saúde informou ainda que o novo sistema vai permitir uma integração em diferentes áreas. No momento em que um cidadão solicitar algum serviço, não haverá a necessidade de se procurar a Central de Regulação e também de procurar o prestador de serviço para agendar o horário. Segundo Fátima Mrué tudo será feito de forma automatizada no sistema.
“Quando o paciente fizer uma consulta nas unidades de saúde, o sistema nos permite identificar o prestador do tipo de exame que o paciente precisa e já fazer o atendimento por lá mesmo. O paciente não precisará se dirigir à Central de Regulação para marcar exames e nem se dirigir depois ao prestador para realizar o exame. O paciente vai se dirigir somente ao prestador para fazer o exame”, declarou.
Controle
A secretária explicou que o sistema permitirá uma melhor organização das ações, no que se refere a quantidade de procedimentos liberados e até mesmo no estoque da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Fátima Mrué disse que o sistema atual deixa o funcionamento em várias áreas de forma insegura e precária, sem a devida precisão nas informações.
“Se não há um sistema funcionando, integrado, eu não tenho como controlar filas, quem fez exames, que não fez, qual prestador de serviço tem mais ou menos vagas já contratadas e outra coisa muito importante no sistema é que posso ter um mecanismo de controle no estoque, por exemplo, se eu tiver gastado 50% das luvas do meu estoque, ou medicamentos, este sistema tem um módulo de inteligência e me indica um alerta. Não vou mais ser surpreendida com a finalização do estoque de determinado insumo, e isso ocorre com frequência”, ressaltou.
Fátima Mrué disse ainda que trata-se de um sistema consolidado, que outras secretarias de Saúde pelo país já usam. Ela disse que o instrumento é compatível com os sistemas oficiais do Ministério da Saúde e isso permitirá integração com pactuações feitas com outros municípios.
A gestora destacou que o contrato está sendo assinado de forma emergencial, devido à necessidade que há e a gravidade do problema. “Isso foi discutido com o prefeito, com o Ministério Público, estamos tomando todas as medidas jurídicas para contratação. É um contrato emergencial, consideramos essa situação junto com a nossa procuradoria. Esses dois meses é um período de transição do sistema para a gente operar este sistema”, completou.
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