22 de novembro de 2024
Cidades

Febre Chikungunya já está no país e pode ser disseminada

A nova preocupação da Secretaria Municipal de Saúde é a Febre Chikungunya. De acordo com o secretário do órgão, Fernando Machado, a secretaria vai realizar palestras para orientar os profissionais da saúde em relação aos sintomas, tratamento e combate à doença. “Nossa preocupação é com o mosquito transmissor do vírus, Aedes aegypti. É o mesmo transmissor da Dengue e é um agente que temos em abundância não apenas em Goiânia, mas em todo o Brasil”.

Fernando Machado explica que a Febre Chikungunya, originada na América Central, tem menor letalidade se comparado às outras febres hemorrágicas, como a Dengue Hemorrágica. Além disso, em entrevista à Rádio 730 e ao Altair Tavares, o secretário fala sobre a nova Farmácia Popular, inaugurada no setor Leste Universitário e sobre a paralisação da greve dos servidores da prefeitura. 

ENTREVISTA – FERNANDO MACHADO (SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE)

Altair Tavares: Qual será a orientação da Secretaria Municipal de Saúde sobre a Febre Chikungunya?

Fernando Machado: A Febre Chikungunya é uma doença comum da América Central, que já está quase adentrando a América do Sul. Nossa preocupação é sobre o agente transmissor, o mosquito Aedes aegypti, que existe em abundância em Goiânia e no Brasil, já que ainda não conseguimos controlá-lo. É possível que tenhamos uma epidemia de Febre Chikungunya no país. Por isso, já está sendo feito um treinamento com os profissionais da saúde sobre a doença, sintomas, cura, e enfatizando a forma de combater o mosquito, inclusive nas fronteiras, para que o vírus não entre no Brasil.

Altair Tavares: É fato que esse vírus vai entrar no país?

Fernando Machado: Na verdade, já entrou. Em Goiânia existem dois casos já confirmados de pessoas que vieram de outros países, da América Central, onde já têm mais de 12 mil casos confirmados. Também existem soldados brasileiros que estavam no Haiti e vieram infectados. É fato que a doença já está aqui e pode ser disseminada. Como medida preventiva, fizemos o isolamento desses pacientes, mas achamos que só isso pode ser insuficiente.

Altair Tavares: Porque essa febre é mais agressiva do que as já conhecidas no Brasil?

Fernando Machado: A Febre Chikungunya tem uma letalidade menor que as outras febres hemorrágicas. No entanto, ela causa uma doença nas juntas, podendo fazer com que o paciente manifeste os sintomas de forma crônica, por vários anos. De qualquer forma, temos que evitar a transmissão da doença. Uma das formas é isolando os portadores do vírus durante o período em que eles podem transmitir a febre e continuar o combate ao mosquito.

Altair Tavares: Combatendo a Febre Chikungunya, também combatemos a dengue?

Fernando Machado: Sim. São os mesmos mecanismos de precaução. Com isso, a participação da sociedade é necessária para evitar a ampliação do vírus no país. Mas também não queremos alarmar ninguém. É uma doença que tem o índice de mortalidade baixo, ainda está incipiente e com poucos casos comprovados.

Altair Tavares: A Farmácia Popular inaugurada na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG) já está funcionando?

Fernando Machado: Sim, desde o inicio deste mês. A farmácia está localizada na Praça Universitária, onde temos uma gerencia em conjunto com a Faculdade de Farmácia. Além desta, temos outra sede no setor Central, na Rua 7. A Farmácia Popular disponibiliza de forma gratuita medicamentos para diabetes, hipertensão e outras doenças. Também são colocados a preço de custo medicamentos que não estão em nossa lista de essenciais. Eles podem ter um desconto de até mais de 90% em relação à tabela em que são vendidos os medicamentos nas farmácias tradicionais.

Altair Tavares: É verdade que o Cais do Guanabara será fechado?

Fernando Machado: Não. A nossa dificuldade é na lotação de médicos para atender emergência, assim alguns plantões estão desfalcados. Além da responsabilidade fiscal, estamos com dificuldade em fazer concurso e contratos temporários. Pode ser por isso que as pessoas devem ter pensado que seria fechado. Mas temos até um projeto, que já está em andamento, de transformar o Cais do Guanabara em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), para o atendimento de casos de urgência com classificação de risco.

Altair Tavares: A greve no setor da saúde já foi encerrada?

Fernando Machado: Sim. Aconteceu nesta quarta-feira (9) uma assembleia com o sindicato, e ficou decidido que a greve seria paralisada. No entanto, já havia uma decisão judicial informando que os profissionais não poderiam paralisar o atendimento. Respeitamos a reivindicação e, independente da greve, continuamos recebendo todos os trabalhadores para uma conversa aberta sobre seus direitos e benefícios. Hoje a Prefeitura de Goiânia vive um momento difícil em relação aos gastos com servidores, que foi ultrapassado o limite exequível na Lei de Responsabilidade Fiscal, então neste momento não podemos gerar nenhum benefício financeiro ao trabalhador. Mas logo que essa situação passar, novos benefícios poderão ser fornecidos. Devemos lembrar também que há seis ou sete anos houve a implantação de plano de carreira, em momentos em que a Prefeitura tinha habilidade financeira para isso. 


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